domingo, 30 de dezembro de 2012

28 de dezembro de 1895: A primeira sessão de Cinema

Por: Lucyanne Mano



A primeira sessão de cinema

Era sábado, 28 de dezembro de 1895. A porta do Grand Café, na esquina do Boulevar das Capucines com a Rua Scribe, um propagandista interpelava os passantes, distribuindo prospectos e convocando-os, pelo megafone: "Entrai, senhoras e senhores. Vinde ver o cinematógrafo dos irmãos Lumière, de Lyon, a novidade do dia, a maravilhosa invenção da fotografia animada. Entrada: um franco.

O dono do Grand Café, um certo Volpini,não acreditava no êxito do novo tipo de espetáculo. Tanto que, ao invés dos 20% sobre a receita, taxa que costumava cobrar quando cedia o Salão Indiano de seu estabelecimento a grupos artísticos, exigira apenas a cota fixa de 30 francos por dia. De resto, os próprios Lumière tinham suas dúvidas: eles não compareceram à sessão, na qual estiveram representados por seu pai. Clement Maurice, famoso fotógrafo da época e cliente da indústria de material fotográfico que os Lumière mantinham em Lyon, confirmaria mais tarde essa inccerteza: " Alugamos a sala do Grand Café - disse ele que colaborou nos preparativos para a primeira projeção - sem ter a menor ideia do sucesso que rapidamente obteriam as demonstrações. A sala, aliás, só comportava uma centena de pessoas. A receita da primeira jornada, muito magra, não passou de 33 francos. Mas três semanas após a abertura já apurávamos de dois mil a dois mil e 500 francos por dia; e sem nenhum anúncio pelos jornais.

A projeção dos 10 filmes do programa - informa Maurice - durava cerca de 20 minutos. Depois de um curto intervalo para restabelecimento da máquina, tudo recomeçava. A afluência do público era de tal ordem que logo exigiu a presença da polícia para evitar invasões: "Já à tarde (as sessões começavam às 10 horas da manhã e iam até 11 da noite) as pessoas formavam filas imensas, que se perdiam de vista pela Rua Caumartin".

Durante vários meses, a programação permaneceu basicamente a mesma:La Sortie des Usines Lumière, L´Arrivée d´un Train, Le Mur, L´Arroseur Arrosé, La Pêche aux Poissons Rouges, Le Debarquement des Congressistes, Les Forgerons, Partie d´ecarté, Le Repas, La Mer.

L´Arroseus Arrosé pode ser considerado o primeiro filme cômico. Em La Peche aux Poissons Rouges, os atores eram o casal Auguste Lumière e seu filho. Todos os filmes foram planejados e rodados por Louis Lumière, que foi a um só tempo o primeiro operador, o primeiro diretor e o primeiro produtor do cinema. Se não esteve presente à estreia de seu invento, ele pode ler dois dias depois em Le Radical: " O cinematógrafo está partindo do modesto Salão Indiano para a conquista do mundo".. Outro jornal diria: "É a própria vida, é o movimento vivo que se vê no cinematógrafo. A fotografia deixou de fixar a imobilidade. Ela agora perpetua a imagem do movimento. Quando esses aparelhos estiverem ao alcance do público, quando todos puderem fotografar aqueles que lhes são caros não mais numa forma imóvel mas em pleno movimento, em plena ação e nos seus gestos familiares, a morte deixará de ser absoluta".


Fonte: Blog Hoje na História - CPDOC/Jornal do Brasil. Disponível em: http://jblog.com.br/hojenahistoria.php

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Historiadora se emocionou ao falar da divisão em sua família causada pela militância política

A historiadora Nilza Pontes se emocionou ao falar da divisão em sua família causada pela militância política. Enquanto ela lia o "Manifesto do Partido Comunista", o pai atuava na repressão. Vejam o depoimento que ela prestou à Comissão Nacional da Verdade, em Belém.

20 de dezembro de 1963: O julgamento dos carrascos de Auschwitz



Por: Lucyanne Mano

Reprodução: Blog Hoje na História

Havia demorado quase duas décadas do final da 2ª Guerra para que a Justiça alemã reagisse aos acontecimentos na polonesa Osviecim. Sob a acusação de participarem do extermínio de milhões de pessoas, incluindo mulheres e crianças, ex-funcionários do campo de concentração de Auschwitz foram levados a julgamento em Frankfurt - pela primeira vez com a presença de numerosíssimo público - que ocorreu no Tribunal juntamente com 220 jornalistas e várias equipes de televisão.



Ao mesmo tempo que se iniciava o julgamento, a chamada Comissão de Auschwitz, criada pelo Governo polonês, solicitava ao representante de Gana em Varsóvia a extradição do Dr. Horst Schumann, conhecido pelas experiências de eutanásia, esterilização e castração realizadas nos presos do campo de concentração. Depois da guerra, ele fugira para Gana, onde passou a trabalhar no Serviço de Saúde.

Wilhelm Boger, um dos principais acusados e temido pelo grau atroz de suas torturas, se recusou a prestar esclarecimentos sobre Auschwitz, alegando precário estado de saúde, e receando não sobreviver ao julgamento.

Vários anos decorreram antes de que ficassem prontos os autos da acusação, que ocupou mais de 16 mil páginas de um total de 80 volumes. A investigação, que culminou com o julgamento dos réus, começou quando um ex-prisioneiro do campo de concentração, Emil Vulkan, encontrou na cidade de Breslau, a salvo das chamas que a consumiam, uma série de documentos contendo as listas dos executados em Auschwitz e dos algozes a quem coube sua morte. Os papéis ficaram guardados com Emil por 13 anos, até serem apresentados ao promotor público Fritz Bauer, em Frankfurt.

Entre os acusados, além de Wilhelm Boger, estavam Robert Mulka, comandante da Tropa de Segurança de Auschwitz (idealizador dos crematórios e dos complexos de câmara de gás); Pery Broad, representante político e membro da Gestapo, de origem brasileira; Oswald Kaduk, o "Satanás de Auschwitz", e o dentista Willi Schatz.

Nenhum dos réus demonstrou qualquer tipo de arrependimento diante do tribunal. A maioria seguiu os conselhos de seus advogados e calou-se em juízo. 

No dia 19 de agosto de 1965 encerrava-se o julgamento que acabou entrando para a história como símbolo de que os crimes cometidos em Auschwitz não poderiam ficar impunes. O juiz proclamou 17 sentenças, com penas que iam desde prisão perpétua por assassinato (para seis réus) a três absolvições, as quais causaram indignação tanto na Alemanha como no exterior.

Outras efemérides de 20 de dezembro

Dr. Schumman viveu sob proteção do chefe de Estado de Gana até 1966, quando foi extraditado para a Alemanha Ocidental onde um julgamento contra ele foi aberto em Frankfurt em 23 de setembro de 1970. No entanto, Schumann foi libertado da prisão em 29 de jullho de 1972, alegando as precárias condições de saúde. Ele morreu em 5 de maio de 1983.

Wilhelm Boger terminou seus dias em regime de prisão perpétua na Alemanha, implorando para ver seus netos, mas recusado por todos os seus descendentes. Ele morreu em 03 de abril de 1977, 19 anos após sua prisão e julgamento.

Robert Mulka foi considerado culpado de cumplicidade no assassinato de 750 pessoas em pelo menos quatro ocasiões distintas, e foi condenado a 14 anos de prisão. Ele tentou o suicídio, sem sucesso, na prisão, e acabou liberto 1968 por conta da saúde fragilizada. Morreu no ano seguinte, em 26 de abril, em Hamburgo.

Pery Broad foi condenado a quatro anos de prisão. Cumpriu parte da pena e foi liberado sob custódia. Livre, viveu discretamente até morrer em 28 de novembro de 1993.

Oswald Kaduk foi condenado à prisão perpétua. Mas, por motivos de saúde, acabou libertado em 1989. Morreu em 31 de maio de 1997.

Willi Schatz foi um dos absolvidos, por falta de provas e dúvidas quanto à dua verdadeira atuação no campo de concentração,

Fonte: Blog Hoje na História - CPDOC Jornal do Brasil. Disponível em: http://jblog.com.br/hojenahistoria.php?itemid=30879

sábado, 15 de dezembro de 2012

A História de Frei Tito

A repressão vivida no Brasil no final da década de 60 e início da de 70 foi responsável pelo desaparecimento e morte de centenas de prisioneiros políticos. Amparados pela Lei de Segurança Nacional, autoridades civis e militares prenderam e torturaram jovens e militantes no período considerado pelos historiadores como o mais repressivo da história recente do país. Tito de Alencar, um frei dominicano, adepto do combate à repressão, foi preso e submetido às mais bárbaras sevícias destinadas aos que contrariavam o status-quo. Banido do país, encontrou a liberdade abraçando ao suicídio: foi a única maneira de livrar-se dos algozes que jamais deixaram de habitar seu universo interior.






quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Mestre do baião, Luiz Gonzaga completaria 100 anos nesta quinta


Autor de sucessos como Asa Branca, Baião de Dois e Qui Nem Jiló, Luiz Gonzaga, o Rei do Baião, completaria 100 anos nesta quinta-feira (13). Considerado um dos compositores mais importantes da música popular brasileira, Gonzagão, que morreu em agosto de 1989, aos 76 anos, ganhou filme contando sua história de vida para comemorar a data. Gonzaga - De Pai Pra Filho, que chegou aos cinemas em outubro, mostra a biografia de Luiz Gonzaga e retrata, ao mesmo tempo, como era a relação entre ele e o filho Gonzaguinha.

Luiz Gonzaga é homenageado pelo Google em seu centenário

Doodle em comemoração aos 100 anos de Luiz Gonzaga.
Reprodução:Blog Falando de História

Luiz Gonzaga do Nascimento nasceu no dia 13 de dezembro de 1912, no povoado de Araripe, extremo oeste do estado de Pernambuco, a 700 km do Recife. Seu pai trabalhava na roça e nas horas vagas tocava acordeão. Foi com ele que Luiz Gonzaga aprendeu a tocar o instrumento. Não era nem adolescente ainda, quando passou a se apresentar em bailes, forrós e feiras, de início acompanhando seu pai.
Antes dos 18 anos, Luiz teve sua primeira paixão: Nazarena, uma moça da região. Foi rejeitado pelo pai dela, o coronel Raimundo Deolindo, que não o queria para genro e ameaçou-o de morte. Mesmo assim Luiz e Nazarena namoraram algum tempo escondidos e planejavam ser felizes juntos. Mas, sem o apoio da família e revoltado por não poder se casar com a moça, fugiu de casa e ingressou no exército.

Deixou o exército em 1939 e passou a se dedicar à música. Em 1941, foi aplaudido de pé no programa de Ary Barroso ao tocar Vira e Mexe, o que lhe rendeu a contratação com a gravadora Victor, pela qual lançou mais de 50 músicas instrumentais. Em 11 de abril de 1945, Luiz Gonzaga gravou sua primeira música como cantor, Dança Mariquinha.

Também em 1945, uma cantora de coro com quem o artista mantinha um caso deu à luz um menino. Apesar de não ser o pai biológico da criança, sabendo que sua amante ia ser mãe solteira, assumiu a paternidade e deu seu nome ao enteado.
A relação com Léia foi cheia de brigas e eles resolveram se separar com menos de 2 anos de convivência. Em 1948, casou-se com a pernambucana Helena Cavalcanti, professora que tinha se tornado sua secretária particular. O casal viveu junto até o fim da vida de Luiz. Eles não tiveram filhos biológicos, porque Helena não podia engravidar, mas adotaram uma menina, a quem batizaram de Rosa.

Nesse mesmo ano Léia morreu de tuberculose, e o filho deles, apelidado de Gonzaguinha, ficou órfão. Luiz queria levar o menino para morar com ele e Helena, e pediu para a mulher criá-lo como se fosse dela, mas Helena não aceitou. Sem ver saída, o cantor entregou o filho para os padrinhhos, mas deu assistência financeira e ia visitá-lo com frequência.

A relação entre eles esfriou nos anos seguintes e Gonzaguinha se recusou a ir morar com o pai durante sua adolescência. Aos 14 anos, o menino contraiu tuberculose e quase morreu. Luiz resolveu criá-lo a força, mas por ser muito autoritário e a mulher destratar o garoto, acabou mandando o adolescente para um internado. 

Ao crescer, a relação ficou ainda mais tumultuada, com Gonzaguinha se tornando viciado em bebidas alcoólicas. Mas, com o passar do tempo, Gonzaguinha resolveu se tratar, concluiu a universidade, e se tornou músico como o pai. Os dois ficaram mais unidos quando em 1979 viajaram pelo Brasil juntos, e o filho compôs algumas músicas para o pai.

Luiz Gonzaga sofria de osteoporose e morreu vítima de uma parada cardiorrespiratória no dia 2 de agosto de 1989, no Hospital Santa Joana, na capital pernambucana. Seu corpo foi velado em Juazeiro do Norte e enterrado em seu município natal.

Fonte: Terra Disponível em: http://musica.terra.com.br/mestre-do-baiao-luiz-gonzaga-completaria-100-anos-nesta-quinta,8386ada0db39b310VgnVCM20000099cceb0aRCRD.html

Vídeo relacionado

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Uma Era Monumental: a história do Estádio Olímpico (Documentário)


Documentário que conta a história do Estádio Olímpico Monumental, local que deixará de ser a casa do Grêmio no ano de 2012, mas que marcou e foi a vida do tricolor gaúcho por mais de meio século. Entrevistados como Danrlei, Mazaropi, Ancheta, Tarciso Flecha Negra, Cacalo, Paulo Sant'ana, Ruy Carlos Ostermann, Hélio Dourado, Paulo Odone, entre outros, contam os principais momentos deste estádio desde a sua inauguração, em 1954, até os dia de hoje.
"Uma Era Monumental" é uma produção do site Travinha Esportes em parceria com a Unisinos (Universidade do Vale do Rio dos Sinos).

Equipe
Roteiro e Reportagem: Marcus Von Groll e Rafael Kehl
Imagens: Marcus Von Groll, Vinicius Vargas e Pedro Farias
Imagens de Apoio: Memorial Herminio Bittencourt
Edição: Vinicius Vargas e Marcus Von Groll
Direção: Marcus Von Groll
Supervisão: Luiza Carravetta
Realização: Travinha Esportes (www.travinha.com.br) e Unisinos (www.unisinos.br).