quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Educando as Gerações Interativas


Por: Michel Goulart¹

Imagem extraída de: www.natanaeloliveira.com.br 
Se eu fosse questionado sobre três palavras que, em minha opinião, serão exaustivamente repetidas no decorrer do século XXI, acho que não teria dúvidas em responder: educação, meio-ambiente e mídias sociais. Neste artigo, vou abordar o que são mídias sociais e o impacto que elas podem ter na educação de nossos jovens. 

Primeiramente, vamos ao conceito de mídias sociais. Trata-se da produção de conteúdos de forma descentralizada e sem o controle editorial de grandes grupos. Significa a produção de muitos para muitos. As ferramentas de mídias sociais são sistemas online projetados para permitir a interação social a partir do compartilhamento e da criação colaborativa de informação nos mais diversos formatos. De certa forma, o conceito de mídias sociais se confunde com as redes sociais, como Twitter, Instagram, Facebook, assim como ferramentas como Wikis, Fórums e Blogs. 

As mídias sociais estão mudando a forma como os conteúdos são produzidos e consumidos. Tempos atrás, as mídias tradicionais eram produzidas por grandes marcas, empresas ou entidades, enquanto que o telespectador/ouvinte/leitor recebia as informações passivamente. Com a massificação das mídias sociais, houve uma mudança na forma como as tradicionais se comportam. Temendo ser eclipsadas, as mídias tradicionais já buscam se adaptar, buscando o consumidor direto nas redes sociais.   Sempre que posso, participo da Campus Party, em São Paulo - o maior evento de inovação tecnológica e internet do mundo. No evento, muito se trata a respeito das chamadas gerações interativas, ou seja, jovens que já nasceram imersos na internet, são multitarefa e utilizam com espantosa facilidade as mídias sociais. Alguns preferem utilizar o termo “geração z”. Creio que a denominação pouco importa. Mais importante é o impacto cultural que esta geração vai ter nos próximos anos. 

Estes jovens vivem cercados de ferramentas tecnológicas. Dados do Centro de Estudos sobre as Tecnologias da Informação e Comunicação (CETIC) mostram que os cidadãos entre 10 e 24 anos são maioria na rede, passam em média três horas por dia na frente do computador e costumam ser usuários habituais de redes sociais. Considerando esses números, é grande a responsabilidade de pais e professores para orientar ao uso seguro dos recursos digitais. 

Diante de tanta informação, a internet pode ser tornar um labirinto indecifrável e muitas vezes perigoso. Para as escolas, criar mecanismos para que o corpo docente use e domine as novas tecnologias e mídias sociais é mais do que uma necessidade – é uma responsabilidade social. Os professores têm, diante de si, mais um grande desafio: abrir caminho diante das ferramentas digitais para alcançar o aluno; explorar recursos das mídias sociais para interagir com este público cada vez mais conectado e, desta forma, servir-se à tarefa de aprender e desaprender.

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¹ O professor Michel Goulart, além das atividades em sala de aula, é arqueólogo, historiador, músico, cartunista e didata e já trabalhou em algumas das maiores escolas públicas e particulares no Estado de Santa Catarina. Começou a lecionar em 2001, sempre preocupado com um ensino caracterizado pela criatividade e inserção de novas tecnologias e metodologias variadas em aula. É autor do Blog História Digital

2 comentários:

  1. É isso aí! É incrível que há uma mobilização das mais variadas instituições - inclusive a Igreja - para compreender a mente dos jovens e criar alternativas para acompanhar as mudanças culturais e os novos paradigmas atuais.

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  2. Creio Michel que é necessário olharmos para as novas gerações e entendê-los não com as nossas características e sim respeitar as suas diversidades. Concordo contigo!

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