quarta-feira, 26 de junho de 2013

26 de junho de 1968 - A Passeata dos Cem mil e uma só voz

Por:

"Os amores na mente / As flores no chão / A certeza na frente / A história na mão / Caminhando e cantando/ e seguindo a canção / Aprendendo e ensinando/ Uma nova lição..."
Prá não dizer que não falei das flores - Geraldo Vandré



Menos de uma semana após um violento enfrentamento com a polícia, organizados sob a liderança de Wladimir Palmeira, os estudantes voltaram às ruas.



Iniciada a partir de um ato político na Cinelândia, uma nova passeata invadiu o Centro do Rio, reivindicando liberdade aos presos políticos e o fim da repressão.

Uma manifestação contra a ditadura, mas também em oposição à política educacional do governo, que revelava uma tendência à privatização. Questionava-se a subordinação brasileira aos objetivos e diretrizes do capitalismo norte-americano.



Reunindo em condição de protesto uma multidão jamais vista durante a ditadura, a Passeata do Cem Mil, tornou-se o evidente símbolo do crescente descontentamento popular com o regime autoritário instaurado no país. Desse dia em diante, aumentaria na mesma proporção o número de perseguidos, presos e desaparecidos. Um dia que duraria mais de duas décadas para chegar ao fim.





O ano de 1968 foi um ano de violência extrema em diversos setores da vida pública. Expressiva parcela dela advinda das agitações estudantis e da repressão policial que eclodiu primeiro em Paris e, depois, em várias partes de todo o mundo.


No Brasil, a série de episódios de protestos da classe estudantil começou no Rio de Janeiro, no final de março, quando um jovem foi assassinado no Restaurante Calabouço. Continuou durante seu funeral, e culminou com verdadeira batalha campal na Avenida Rio Branco e em outros pontos da cidade, no dia que ficaria registrado como a Sexta-feira Sangrenta. Era o estopim para que a causa ganhasse novas dimensões.

Em poucos dias, em uma nova investida contra a ditadura militar, a causa estudantil ganharia importante apoio com maciça adesão de intelectuais, artistas, padres, mães e cidadãos comuns, e profunda repercussão política. Como a grande maioria dos órgãos representativos da sociedade civil encontrava-se sob interdição, o movimento estudantil manteve-se como a grande liderança dessa oposição.

Fonte: Blog Hoje na História. CPDOC/Jornal do Brasil. Disponível em: http://www.jblog.com.br/hojenahistoria.php?blogid=57&archive=2011-06

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