Reprodução Blog Hoje na História - Jornal do Brasil |
A cultura brasileira perdeu uma de suas figuras mais ilustres. Edgar Roquette-Pinto, 70 anos, morreu de parada cardíaca, quando preparava mais um artigo para ser publicado no Jornal do Brasil. Sua perda deixou uma lacuna irreparável ao patrimônio intelectual nacional.
Nascido no Rio de Janeiro do fim do Império, Roquette Pinto desde sempre dedicou-se aos estudos. Disciplinado e engajado em causas científicas, teve o mesmo gosto pelas artes, em particular pela literatura. Foi médico, educador, antropólogo, etnólogo e ensaísta.
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O ano de 1922 foi decisivo na vida de Roquete Pinto. O país comemorava o primeiro centenário da sua independência e o Rio de Janeiro, então capital federal, sediou uma grande feira internacional. O destaque do evento ficou por conta da apresentação de um revolucionário empreendimento, financiado por empresários norte americanos: a radiodifusão. Para realizar uma demonstração de seu potencial, foi instalada uma antena no morro do Corcovado, que permitiu a transmissão radiofônica de um discurso do presidente Epitácio Pessoa, captado em Niterói, Petrópolis, na serra fluminense e em São Paulo, onde foram instalados aparelhos receptores.
Roquete Pinto ficou fascinado com a experiência e seu alcance, percebendo rapidamente a contribuição que poderia oferecer à educação do povo brasileiro, como defenderia mais tarde: "O rádio é o jornal de quem não sabe ler, é o mestre de quem não pode ir à escola, é o divertimento gratuito do pobre".
Mesmo sem conseguir convencer o governo federal a investir na aquisição daquele equipamento, Roquete Pinto persistiu em seus ideais. Partiu em busca do apoio de outras entidades até que, no ano seguinte, a Academia Brasileira de Ciências concedeu as condições necessárias para que ele instalasse a primeira emissora do país: a Rádio Sociedade do Rio de Janeiro, que mais tarde seria doada ao Ministério da Educação, com o compromisso de manter sua proposta original de função essencialmente educativa.
O precursor da radiodifusão no Brasil foi também membro do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, da Academia Brasileira de Ciências, da Sociedade de Geografia, da Academia Nacional de Medicina, entre outras. Fundou a Revista Nacional de Educação (1932) e o Instituto Nacional de Cinema Educativo (1936). Deu enorme contribuição a vários projetos nacionais, principalmente os voltados à cultura interiorana brasileira.
Fonte: Blog Hoje na História - CPDOC Jornal do Brasil. Disponível em: http://jblog.com.br/hojenahistoria.php?itemid=28399
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