domingo, 26 de agosto de 2012

25/08/2012 - Morre Neil Armstrong

Armstrong no módulo lunar Águia na superfície da lua. 20 julho de 1969.
Crédito: NASA 
Morreu Neil Armstrong, o primeiro homem a pisar a Lua. O astronauta norte-americano tinha 82 anos.

A «NBC News» adiantou que Armstrong morreu na sequência de uma operação ao coração realizada há cerca de três semanas, pouco depois de ter completado os 82 anos.

Neil Alden Arsmtrong nasceu em Wapakoneta, no estado note-americano do Ohio a 5 de agosto de 1930.


No seu currículo figuram as funções de astronauta da NASA, pilotos de testes, engenheiro aeroespacial, professor universitário, piloto da força aérea naval e, claro, o posto do primeiro homem a colocar um pé na Lua.


Foi na sua segunda e última viagem espacial que, como comandante da missão «Apolo 11», onde também foi Buzz Aldrin, Neil Armstrong fez o que ninguém antes tinha feito: em 20 de julho de 1969 deu o tal pequeno passo de um homem que foi gigante para a humanidade.


O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, lamentou a morte do astronauta que classificou «um dos maiores heróis americanos de todos os tempos».


Num comunicado divulgado pela presidência dos Estados Unidos, como escreve a Lusa, Barack Obama e a mulher, Michelle, afirmam ter ficado «profundamente entristecidos» com a notícia da morte de Neil Armstrong.

Fonte: Jornal TVI - 24 (Portugal). Disponível em: http://www.tvi24.iol.pt/internacional/neil-armstrong-lua-morte-astronauta/1370265-4073.html

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Carbono 14 - História, Física e Química juntas

Como é criado o carbono 14
O método de datação conhecido como radiocarbono ou carbono 14 foi desenvolvido na década de 1940. Ele forneceu aos historiadores um "relógio" para calcular a idade de restos fósseis, ossos e outros documentos arqueológicos de até 60 mil anos. O processo baseia-se na constatação de que a relação entre o carbono 12 e o carbono 14 (radioatividade) é constante nos seres vivos, mas após a morte o carbono 14 existente no organismo não é mais resposto. Os físicos e químicos verificaram que esse isótopo radioativo tem meia-vida de aproximadamente 5700 anos, ou seja, decorrido esse prazo a massa de carbono 14 cai para metade. Ao medir a relação entre o carbono 12 e carbono 14 na amostra e compará-la com a existente em um ser vivo, é possível calcular a idade da amostra. Por exemplo, se esta contiver metade do carbono 14 encontrado em tecidos vivos, o ser que forneceu a amostra estava vivo há cerca de 5700 anos.

terça-feira, 21 de agosto de 2012

SBPC e o Plano Nacional de Educação (PNE – PL 8035/10)


Segue texto de carta enviada ao Presidente da Câmara, Deputado Marco Maia, e aos demais 512 Deputados.
São Paulo, 15 de agosto de 2012
SBPC-087/Dir.
A Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) manifesta-se sobre a proposta do Plano Nacional de Educação (PNE - PL 8035/10) aprovada por uma comissão especial no último dia 26 de junho, no qual o Governo se compromete a investir no setor pelo menos 7% do PIB do País nos primeiros cinco anos de vigência do Plano e 10% ao final de dez anos.
Com mais de 190 milhões de habitantes, o Brasil tem ainda 6% de analfabetos e 21% de analfabetos funcionais, ou seja, um terço da população brasileira não consegue utilizar o conhecimento da língua para se inserir nas práticas sociais de uso da leitura e da escrita. O país não está conseguindo avançar no nível pleno de alfabetismo. Só 26% da população adulta é capaz de ler, entender e interpretar textos longos e também de resolver problemas matemáticos mais elaborados.
Para um país que é a sexta economia do mundo e que pretende entrar no rol de países desenvolvidos, o nosso desafio ainda é enorme no que se refere à educação. Para enfrentar este desafio, é fundamental aumentar o montante de recursos por meio de uma política de financiamento.
É o que se espera com o novo Plano Nacional de Educação para o decênio 2011-2020, cuja proposta o Governo Federal encaminhou ao Congresso Nacional em dezembro de 2010. Tramita, desde então, na Câmara dos Deputados como o Projeto de Lei nº 8035/ 2010 de forma conclusiva nas comissões.
Em 22 de março de 2011, a Presidência desta Casa decidiu criar uma Comissão Especial, para apreciar o PNE, que também foi amplamente analisado e debatido com a sociedade civil e especialistas. Mais de um ano depois de tramitar na Câmara, no dia 13 de junho de 2012, a Comissão Especial aprovou o texto base do Plano Nacional de Educação. Em 26 de junho aprovou os destaques. Uma grande vitória foi conquistada.
No entanto, ainda inebriada pela vitória, a sociedade brasileira recebe a notícia que ao invés de o PNE ir direto para o Senado, há um recurso (REC 162/2012) do deputado Arlindo Chinaglia, líder do PT, para que o Plenário da Câmara aprecie o Plano antes de ir para o Senado. A justificativa do recurso é que a matéria não foi discutida suficientemente. O recurso precisa, no entanto, ser acatado pelo Plenário desta Casa.
Senhores Deputados, podemos afirmar que houve discussão suficiente no âmbito da Comissão Especial e que houve sim a preocupação de se identificar a fonte do recurso que permitirá se investir 10% do PIB na educação.
Acreditando nisto, a SBPC solicita aos senhores que não acatem tal recurso e que encaminhem o PNE direto ao Senado Federal. Levar o projeto ao Plenário pode gerar modificações graves no PNE, além de atrasar ainda mais a tramitação da matéria, retardando o direito à educação de milhões de familiares, estudantes e professores brasileiros. Na certeza de que nosso pleito será atendido, subscrevemo-nos.
Atenciosamente,
HELENA B. NADER
Presidente.

Fonte: ANPUH - Brasil. Disponível: http://anpuh.org/informativo/view?ID_INFORMATIVO=3324

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Raul – O Início, o Fim e o Meio ganha edição especial no aniversário da morte do Cantor

Divulgação: Yahoo
Hoje (21/8), dia do 23º aniversário da morte do cantor Raul Seixas, chega às lojas a edição especial de Raul – O Início, o Fim e o Meio, filme de Walter Carvalho que mostra o ícone do rock brasileiro como nunca antes e se tornou sucesso de público ao levar mais de 170 mil espectadores aos cinemas no Brasil. 

O lançamento terá três formatos: DVD Single, DVD Duplo, mas o destaque é mesmo a Edição de Colecionador, que traz um CD Duplo da Trilha Sonora do filme em gravações originais, manuscrito da canção Gita, um livreto contendo críticas, crônicas e fotos e a carteirinha do fã clube: Elvis Rock Club.

Com direção de Walter Carvalho (Cazuza – O Tempo Não Para), o longa segue a linha de outros documentários que têm resgatado grandes nomes da música brasileira. Ele traz depoimentos de Paulo Coelho, Nelson Motta, Tom Zé, Pedro Bial, Caetano Veloso, Marcelo Nova, do irmão Plínio Seixas e amigos da adolescência. O filme também mostra como o cantor e o escritor Paulo Coelho queriam criar uma espécie de Sociedade Alternativa, inspirada nas pregações do bruxo inglês Aleister Crowley.

Raul foi um dos músicos mais originais do país. Ele lançou seu primeiro álbum em 1968, Raulzito e Os Panteras. Em 1973, lançou um dos seus maiores sucessos – Ouro de Tolo – crítica sutil e sofisticada à ditadura militar e ao milagre econômico. A data de sua morte, 21 de agosto, é celebrada, anualmente, com uma passeata em São Paulo. Atualmente, Raul é o artista morto que mais vende discos no país – cerca de 300 mil por ano.


quarta-feira, 15 de agosto de 2012

16 de agosto de 1977: Morre Elvis Presley, o rei do rock

Imagem: Reprodução Blog Hoje na História



Em 16 de agosto de 1977 o trono do rock ficou vazio: o rei, Elvis Presley, 42 anos, morreu em casa, nos Estados Unidos. O corpo do cantor foi encontrado desacordado no chão do seu quarto, à tarde, pela namorada Ginger Alden, a qual levou-o para o hospital. Lá, foi constatada a morte do ídolo da juventude mundial.

Elvis Aron Presley nasceu em 10 de abril de 1936 em Tupelo, no Mississipi. Foi o sobrevivente de dois gêmeos, e depois do parto sua mãe tornou-se incapaz de gerar mais filhos. O futuro rei do Rock canalizou então todo o afeto dos pais. Morou com eles em condições precárias por bastante tempo, mas tudo mudaria para ele - e para a indústria americana do disco... A carreira de Elvis começou por acaso, em 1954, quando, por apenas quatro dólares, entrou numa pequena gravadora em Memphis e gravou seu primeiro disco para dar de presente à sua mãe. Desencadeava-se o processo que revolucionaria o show-business e transformaria aquele jovem em pouco tempo no maior vendedor de discos da história. Continue lendo

Outros posts interessantes:

Fonte: Blog Hoje na História-CPDOC/Jornal do Brasil.

terça-feira, 14 de agosto de 2012

Mídia e o golpe civil-militar a construção de um consenso


Por Caroline Silveira Bauer
A Revolução afirma que:
1)– O Brasil reencontrou seu destino
2)– O futuro do Brasil depende de tua confiança
3)– Democracia, sim, comunismo, não.[1]
Imagem: Reprodução Site Políticas de Memória
 As ligações entre a mídia e a ditadura civil-militar foram amplamente estudadas por vários pesquisadores. Os jornais gaúchos Correio do Povo e Zero Hora assim procederam nos primeiros quinze anos da ditadura militar: construindo – elaborando e reelaborando – uma justificativa que legitimasse o seu apoio ao regime. Neste processo, dedicaram os editoriais dos dias antecedentes e posteriores ao aniversário da “Revolução” para disseminar as suas construções ideológicas, ligadas aos interesses da ditadura, e mais, prescrever a sociedade gaúcha, o que e como deveria fazer, pensar, sentir e valorizar.
As “reformas de base” anunciadas por João Goulart deixaram temerosas as elites gaúchas – onde se inseriam os empresários da imprensa. Valendo desta temeridade, descaracterizar, deslegitimar e desqualificar o período anterior a 1964 foi uma constante nestes editoriais durante todo o primeiro período da ditadura, como nestes exemplos, de 1965, 1969, 1973 e 1975, respectivamente:

“A desordem era geral – política, administrativa, militar, social, econômica, financeira, cultural, moral. Estávamos a [sic] beira do colapso.”[2]

“O quadro de irresponsabilidade, inépcia e desordem que se desenhava nos idos de março de 64, e que teria levado o País ao caos político, social e econômico [...] era bastante para justificar e legitimar o movimento político militar que se haveria, depois, convir em chamar de Revolução de Março ou Revolução de 1964.”[3]

“Ao refletir em nossa mente aquele Brasil enxovalhado, desmoralizado, e desprestigiado, dos olhos de seus concidadãos e perante o mundo inteiro, sem moral e confrontando-o com o de nossos dias, apenas nove anos passados, [...].”[4]

“[Marchávamos] aceleradamente para o caos econômico e social quando, em 1964, surgiu o movimento que interpretando os anseios populares, recompôs as esperanças da maioria, ameaçadas de destruição por uma minoria, cujos interesses não se coadunavam com as mais caras aspirações da nacionalidade.”[5]

Era preciso, portanto, que a grandeza da ação dos militares fosse divulgada como responsável por salvar a população do perigo que representava o governo anterior. Além disso, ao estabelecer um contraponto entre o “anarquismo” e o “caos” do governo anterior e a “ordem” e “regeneração” que os militares representavam, o golpe ganhava legitimidade perante a sociedade.
Outra questão relativa à construção desta justificativa refere-se à linguagem utilizada, em destaque, o uso constante da primeira pessoa do singular – nós – em seus textos. Os editoriais, ao transmitirem uma visão dos fatos como a visão dos interesses gerais da sociedade gaúcha – que, na verdade, tratavam-se de seus próprios interesses – ou seja, ao pretenderem interpretar os anseios da comunidade, acabaram por legitimar, perante a opinião pública, a sua justificativa para o golpe.
Dois exemplos esclarecem bem esta prática:

“[Civis e militares] não permitirão que a mediocridade e a demagogia sejam utilizados [sic] para confundir e mistificar os verdadeiros anseios do povo brasileiro, que deseja paz, trabalho, ordem e bem-estar social [...].”[6]

“Cremos na Revolução como síntese dos anseios de todos os brasileiros que sonham e trabalham no sentido de entregar a seus filhos a Pátria que para nós sonharam nossos pais: terra da justiça e da verdade, do amor e da liberdade, onde só não encontraram lugar os pregoeiros da desordem, os corruptos e os que roubam; os que mentem e os que traem.”[7]

Desmoralizado o governo anterior ao golpe, interpretada a vontade do povo gaúcho, os editoriais necessitaram definir do que se tratava a “Revolução” por eles glorificada. Para o Correio do Povo do dia 30 de março de 1965, “a revolução de 31 de março foi, pois, a solução extrema, o remédio heroico, a que teve que recorrer o Brasil. [...] Foi, pois, o movimento de 31 de março a cirurgia urgente para a salvação nacional.”[8]
Procurou-se, da mesma forma, definir o movimento como a principal forma de evitar o comunismo, que, segundo acreditavam, era incipiente: “em toda a parte era assim, o Brasil não seria cubanizado ou chinificado, pois contra essa infeliz tentativa, em toda parte, os patriotas, os democratas opunham o propósito de resistir.”[9] A utilização de exemplos como o cubano e chinês, ressalta esta preocupação, além de destacar o papel dos militares como “defensores da democracia”, e salienta a crença destes empresários da imprensa de que o regime militar seria a única medida cabível para o Brasil:

“Só pela égide de um regime de firmeza inabalável da ordem constituída e de paz social, afeiçoado à realidade sociológica do País, será possível a arrancada para o desenvolvimento, que é vital e decisiva para os destinos do Brasil, de grande potência latino-americana e mundial. E quem for contra a institucionalização de condições para tanto será, em última análise, contra a própria nação brasileira [...].”[10]

Não somente os empresários da imprensa acreditavam que os militares seriam os únicos capazes de governar o Estado brasileiro; os próprios militares acreditavam nisto, afirmando que os civis eram “incapazes de gerir a coisa pública”.[11]Entretanto, o apoio à delegação do poder a estes sujeitos implicou, pela imprensa, uma solidariedade com a imagem sombria e soturna destes homens. Porém, esta imagem satisfazia o interesse destes empresários, de acreditar que haveria, de 1964 em diante, ordem social e segurança para seus negócios[12].
Unindo esta preocupação pela segurança e o medo comunista, além das preocupações advindas da crise econômica pela qual passava o país, Ary de Carvalho, diretor responsável de Zero Hora, escreveu, em 1967, no editorial do dia 31 de março, terceiro aniversário do golpe: “os princípios básicos da revolução de 1964 eram a manutenção da democracia, a salvaguarda do direito à propriedade, a paz social e a ordem pública; concomitantemente, aspiravam os revolucionários a curar a economia nacional, dessangrada pela inflação galopante e pela corrupção generalizada.”[13]
Ainda sobre as definições do que se tratava a “Revolução”, houve preocupações, pelos editoriais, de explicar por que se tratava de uma revolução o movimento de 31 de março. Neste sentido, os empresários da imprensa estavam utilizando uma idéia apropriada da esquerda brasileira pelos militares, ou seja, os militares estavam utilizando o clima revolucionário vivido pelo país no período anterior ao golpe, que conformava o imaginário político de revolução, ao deflagraram o golpe e ao longo de sua manutenção[14].
Este exemplo explicita essa preocupação:

“Verdade que há quem negue, à última, o caráter de revolução [ao movimento], autenticamente, para atribuir-lhe tão só o de pronunciamento militar ou golpe de Estado, que, no entanto, o seria de fato, se de uma simples substituição de homens no Poder, pela força, se tratasse, e não, como se patenteia aos olhos de todo o mundo, de uma profunda alteração institucional, visando a dar uma nova estrutura sócio-econômica e novo regime político, nova forma de governo à Nação.”[15]

O processo de construção de uma justificativa, por parte dos empresários da imprensa, para o golpe e para seu apoio ao mesmo, necessitou, constantemente, explicitar os resultados que em curto prazo foram alcançados pelos militares. Durante o período de 1968 a 1973, época do chamado “milagre econômico”, a classe média e a elite dos centros urbanos sentiram-se otimistas frente aos avanços econômicos[16]; e este otimismo estava impresso nas colunas editorias daquele período. O governo de Médici transmitiu a mensagem de que o Brasil estava velozmente se transformando em potência mundial, graças aos seus 10% anuais de crescimento econômico. A Assessoria Especial de Relações Públicas (AERP), órgão de relações públicas do governo, foi responsável pela assimilação, por parte da sociedade brasileira, de que o aumento do poder nacional, conjugado com o rápido crescimento da economia eram resultado do autoritarismo vigente[17].
Os empresários da imprensa buscavam legitimidade para o apoio ao golpe com base, dentre outros fatores, nos êxitos econômicos dos governos militares, que representando as classes dominantes e setores das classes médias, promoveram um “crescimento rápido das forças produtivas, acompanhado da concentração de riquezas, do aumento da distancia entre os mais ricos e mais pobres, [...].”[18]
Sobre os resultados, estes foram destacados como os mais diversos. Em se tratando da conjuntura econômica brasileira do período, mas também em referência a tão pretendida “ordem”, e a promulgação da nova Constituição em 1967, assim escreve Ary de Carvalho: “foram restabelecidas a ordem pública, a dignidade do poder constituído, a inflação foi em parte debelada; a democracia sofreu restrições, em nome da ordem, mas a nova constituição, na sua letra, garante o integral respeito do Estado aos direitos e garantias individuais.”[19]
A mudança precisava ser transmitida como global, irreversível e histórica:

“A data que o país está celebrando hoje será, sem dúvida, um marco para quantos, no futuro, se detiverem no estudo da evolução política, social e econômica do Brasil. Não importa que suas razões, a sua mecânica, os próprios erros que hajam sido cometidos, levantem contestações aqui e ali. Nem chegam a ter grande significação, ainda que partidas de origens respeitáveis, as reservas que sejam feitas à linha jurídica seguida, porque a verdade, refletida nos sentimentos populares mais generalizados, é que os três Governos da Revolução despertaram simpatias crescentes e se firmaram, não apenas no apoio das Forças Armadas, porém igualmente, na grande maioria do povo brasileiro.”

E prossegue:

“A data de hoje [31 de março de 1971] deve ser, assim, acima de tudo, uma data em que todos meditem sobre o que éramos administrativa e politicamente em 1964 e o que somos hoje. Em tudo não será o melhor dos paraísos. Mas nunca o país trabalhou com tanta decisão, unidade, consciência. [...] Hoje, sob a disciplina, a austeridade e a serenidade equilibrada e firme de um governo que é, acima de tudo, fiel aos mais caros e impessoais interesses do Brasil e do leal convívio dos povos, aqui se constrói uma nação que não é, ainda, certamente, o modelo democrático do mundo, porém vem realizando as condições fundamentais para sê-lo de fato, de verdade, e não sob os falsos roupões da demagogia que tanto lhe retardou o progresso e lhe envenenou a alma boa e justa [!]. A Revolução não foi só correção e punição. Ela foi, sobretudo, renovação. Esta foi a sua grande, a sua saneadora virtude.”[20]

Assim, tomou forma a justificativa para o golpe e para o apoio por parte da imprensa porto-alegrense.
[1] Correio do Povo, Porto Alegre, 28 mar. 1965. p. 21.
[2] Correio do Povo, Porto Alegre, 30 mar. 1965. p. 4.
[3] Correio do Povo, Porto Alegre, 1 abr. 1969. p. 4.
[4] Correio do Povo, Porto Alegre, 31 mar. 1973. p. 4.
[5] Zero Hora, Porto Alegre, 31 mar. 1975. p. 4.
[6] Correio do Povo, Porto Alegre, 28 mar. 1965. p. 8.
[7] Correio do Povo, Porto Alegre, 4 abr. 1965. p. 8.
[8] Correio do Povo, Porto Alegre, 30 mar. 1965. p. 4.
[9] Correio do Povo, Porto Alegre, 29 mar. 1967. p. 4.
[10] Correio do Povo, Porto Alegre, 1 abr. 1969. p. 4.
[11] FICO, Carlos. Como eles agiam. p. 149.
[12] FICO, Carlos. Reinventando o otimismo: ditadura, propaganda e imaginário social no Brasil. Rio de Janeiro: Fundação Getúlio Vargas, 1997. p. 59.
[13] Zero Hora, Porto Alegre, 31 mar. 1967. p. 4. Grifo da autora.
[14] Para maiores informações sobre a apropriação do conceito de revolução pelos militares, cf. CURTIS, Regina Maria Gonçalves. 1964 e a Revolução no Brasil: representações e imaginário social (1964-1973). Porto Alegre. Programa de Pós-Graduação em História – Universidade Federal do Rio Grande do Sul (dissertação de Mestrado), 1999.
[15] Correio do Povo, Porto Alegre, 1 abr. 1969. p. 4.
[16] FICO, Carlos. Reinventando o otimismo. Op. cit., p.17.
[17] Sobre a AERP, cf. SKIDMORE, Thomas. Op. cit.,  p. 221; FICO, Carlos.Reinventando o otimismo. Op. cit., cap. 4.
[18] RIDENTI, Marcelo. Que história é essa?. In: REIS FILHO, Daniel Aarão et al..Versões e ficções: o seqüestro da história. 2 ed. São Paulo: Fundação Perseu Abramo, 1997. p. 20.
[19] Zero Hora, Porto Alegre, 31 mar. 1967. p. 4.
[20] Correio do Povo, Porto Alegre, 31 mar. 1971. p. 4.
Fonte: Site Políticas de Memórias. Disponível em: http://politicasdememoria.org/?p=344

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

13 de agosto de 1961 - A construção do Muro de Berlim

Por: Lucyanne Mano


Era início da madrugada quando um comboio de tanques e tropas da guarda da República Democrática Alemã atravessou Berlim. Quando o sol raiou, soldados tinham esticado uma longa cerca de arame farpado no meio da cidade, transformando-a numa fronteira que separava o setor comunista do capitalista. Continue lendo

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Avança regulamentação da profissão de historiador

Imagem: Blog História UPF
Desde 2009, Projeto de Lei do Senador Paulo Paim tem sido acompanhado com muito interesse pela comunidade de historiadores. Definição está próxima

A Comissão de Assuntos Sociais (CAS) aprovou, nesta quarta-feira (8), a regulamentação da profissão de historiador. A proposta, de autoria do senador Paulo Paim (PT-RS), estabelece que a profissão será exercida por diplomados em curso de graduação, mestrado ou doutorado em História.

De acordo com as atribuições determinadas pelo projeto de lei do Senado (PLS 368/09), os historiadores poderão atuar como professores da disciplina de História no ensino básico e superior; em planejamento, organização, implantação e direção de serviços de pesquisa histórica; assessoramento voltado à avaliação e seleção de documentos para fins de preservação.

A proposta já havia sido aprovada em decisão terminativa pela CAS em março de 2010, explicou a relatora da matéria, senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM). Porém, em razão de requerimentos do senador Flexa Ribeiro (PSDB-PA) e do senador na época Flávio Arns (PSDB-PR), o projeto foi encaminhado ao exame do Plenário e redistribuído às comissões de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) e de Educação, Cultura e Esporte (CE), bem como determinado seu retorno à CAS.

Em Plenário, emenda do senador Alvaro Dias (PSDB-PR) retirou do texto original a referência aos locais onde o trabalho do historiador poderia ser desempenhado. Na avaliação da senadora Vanessa Grazziotin, a emenda de plenário confere maior clareza e precisão à proposta.

- É inegável que os historiadores não estão mais restritos, em seu trabalho, às salas de aula. São necessários e imprescindíveis em museus, centros culturais, empresas de publicidade e de turismo e são demandados, com frequência, na produção cinematográfica e nos meios de comunicação - resaltou a relatora.



segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Japão lembra vítimas da bomba atômica lançada sobre Hiroshima há 67 anos


HA 67 Anos explodiu a 1 ª Bomba atômica em Hiroshima (Carta Capital)


A cidade japonesa de Hiroshima homenageou hoje (6) as mais de 200 mil vítimas da bomba atômica lançada sobre a região há 67 anos pelos Estados Unidos. A cerimônia reuniu apelos para a paz, a não proliferação e o fim de armas atômicas no mundo. Manifestantes se reuniram no Parque Memorial da Paz de Hiroshima. Houve um minuto de silêncio.

O primeiro ataque nuclear da história, em Hiroshima, ocorreu na manhã de 6 de agosto de 1945. A bomba atômica Little Boy foi lançada sobre a cidade, matando instantaneamente cerca de 80 mil pessoas. No entanto, em consequência do bombardeio, dos ferimentos e da radiação, aproxidamente mais 140 mil pessoas morreram.

"Não podemos esquecer a tragédia", apelou o primeiro-ministro do Japão, Yoshihiko Noda. Ele se lembrou do desastre no ano passado, quando houve explosões e vazamentos na Usina Nuclear de Fukushima Daiichi. De acordo com Noda,  o governo fará "todo o possível" para descontaminar a área.

O primeiro-ministro disse que o governo se empenhará em executar uma política energética para reduzir a dependência das usinas nucleares e ampliar a segurança energética a longo prazo.

A cerimônia para lembrar as vítimas de Hiroshima ganhou mais força em decorrência dos acidentes em Fukushima agravados pela sequência de terremotos e tsunamis, em março de 2011.


Mais:

HBO - Clarão/Chuva Negra - A Destruição de Hiroshima e Nagasaki (Completo e Legendado)

Link relacionado

6 de agosto de 1945: O sol da morte em Hiroshima e Nagasaki (Blog Hoje na História). Disponível em: http://jblog.com.br/hojenahistoria.php?itemid=30350