quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Google faz homenagem à Tarsila do Amaral

Imagem: Fonte Google
O site Google criou um dodle especial em homenagem a pintora e desenhista brasileira Tarsila do Amaral, que completa o seu 125º aniversário, nesta quinta feira dia 01 de setembro.

No site História da Arte há uma pequena biografia desta artista, ao qual reproduzimos:


Tarsila participou ativamente da renovação da arte brasileira que se processou na década de 1920. Integrou-se ao movimento modernista e ligou-se com especial interesse à questão da brasilidade. Formou, com Anita Malfatti, Menotti del Picchia, Mário de Andrade e Oswald de Andrade, com quem se casou em 1924, o chamado Grupo dos Cinco.


Tarsila do Amaral nasceu em Capivari SP em 1886. Estudou com Pedro Alexandrino, a partir de 1917, e depois com George Fischer Elphons, em São Paulo. Em Paris freqüentou a Académie Julien, sob a orientação de Émile Renard. Entrou em contato com Fernand Léger, cujo estilo a marcou sobremodo, André Lhote e Albert Gleisse, e estruturou sua personalidade artística a partir das influências cubistas. Em 1922 participou em Paris do Salão dos Artistas Franceses.



Retornando ao Brasil em 1924, percorreu as cidades históricas mineiras em companhia do escritor francês Blaise Cendrars. Deslumbrada com a decoração popular das casas dessas cidades, assimilou a tradição barroca brasileira às recém-adquiridas teorias e práticas cubistas e criou uma pintura que foi denominada Pau-Brasil. Essa pintura inspirou um movimento, variante brasileira do cubismo, e influenciou Portinari.



Em 1926 Tarsila expôs na galeria Percier em Paris. Iniciou-se então sua fase antropofágica, de retorno ao primitivo, da qual o exemplo mais notável é o quadro "Abaporu". Presente na I e II Bienais de São Paulo, foi premiada na primeira. Na Bienal de São Paulo de 1963, sala especial foi dedicada à retrospectiva de sua obra. Foram apresentadas suas diversas fases e deu-se destaque ao quadro "Operários" (1933), da fase social, em que as cores são mais sombrias mas a nitidez anterior é conservada. Outra obra do mesmo período é "Segunda classe".



Tarsila esteve ainda representada na mostra Arte Moderna no Brasil (1957), na XXXII Bienal de Veneza (1964) e na mostra Arte da América Latina desde a Independência (1966). Em 1960 o Museu de Arte Moderna de São Paulo organizou retrospectiva de sua obra. Entre suas demais telas destacam-se "A negra", no Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo, e "São Paulo", na Pinacoteca do Estado de São Paulo. Tarsila morreu em São Paulo SP em 17 de janeiro de 1973. (Fonte: Site História da Arte. Disponível em: 
http://www.historiadaarte.com.br/tarsila.html

terça-feira, 30 de agosto de 2011

39 anos sem Dalva de Oliveira


Imagem: Divulgação Blog Hoje na História 
A morte chegou para Dalva de Oliveira, 55 anos, no final da tarde de uma quarta-feira que estava fria e chuvosa, e após diversas hemorragias provocadas por varizes no esôfago. O velório da cantora aconteceu no Teatro João Caetano. Em fila e sem tumulto, mais de 2 mil pessoas aguardaram sua vez de chegar bem perto ao caixão para despedir-se da cantora. Seu corpo enterrado num jazigo perpétuo do Cemitério Jardim da Saudade, homenagem do Retiro dos Artistas.

Villa-Lobos a considerava a melhor cantora popular brasileira. Juscelino Kubitschek certa vez telefonou de Paris diretamente para o Hospotal Miguel Couto, onde ela estava internada após um acidente de trânsito. Uma espécie de Edith Piaf nacional, Dalva retirava da própria vida - marcada pela tragédia, a frustração amorosa e uma incrível capacidade de estar sempre recomeçando - a força da sua arte. Em nenhuma outra cantora brasileira os dizeres das canções guarda tanta intimidade com a história pessoal de sua intérprete.

Vicentina de Paula Oliveira nasceu no dia 5 de maio de 1917, em Rio Claro, interior paulista. Filha do saxofonista Mário de Oliveira, cresceu acompanhando o grupo musical do pai. Com a morte dele, foi para um orfanato, onde aprendeu piano, órgão e canto.
No final dos anos 20, seguiu para São Paulo com a mãe, e começou a trabalhar como faxineira numa escola de canto. Nas horas vagas, improvisava no piano. Descoberta, foi convidada a participar de uma turnê com o grupo de Antonio Zoveti. Em 1933, fez um teste de cantora na Rádio Mineira e adotou o nome de Dalva de Oliveira. Depois foi a vez de conquistar o Rio de Janeiro. Em 1935 já estava na Rádio Mayrink Veiga, em menos de um ano, já era sucesso estrondoroso nas rádios de todo o Brasil.

Num show de teatro ainda nos anos 30, conheceu o compositor Herivelto Martins, seu primeiro marido. Formaram um trio com Nilo Chagas, originalmente intitulado Dalva de Oliveira e a Dupla Petro e Branco. Mais tarde, ouvindo conselhos de um empresário musical, mudaram para Trio de Ouro. Durante os quase 15 anos que permaneceram juntos, mantiveram-se como um dos mais importantes conjuntos vocais da música popular brasileira.

Fonte: Blog Hoje na História CPDOC/Jornal do Brasil. Disponível em: http://www.jblog.com.br/hojenahistoria.php?itemid=27885

Mais:

Última apresentação de Dalva na extinta TV Tupi

Vídeo com cenas do adeus de Dalva

sábado, 27 de agosto de 2011

50 anos da Campanha da Legalidade

Em 1961, o Brasil vivia uma tumultuada conjuntura política. Após a renuncia de Jânio Quadros, João Goulart  que era o então vice-presidente do Brasil pela constituição deveria tomar posse na presidência. O que  era desejado por muitos segmentos militates que já tinham ensaiado um golpe de Estado, no episódio do suicídio de Getúlio Vargas e que naquele momento almejavam realiza-lo. Porém, o golpe não deflagrado graças a resistência promovida pelo então governador do Rio Grande do Sul, Leonel Brizola. Em 27 de Agosto Brizola faz o seguinte discurso:


"O Governo do Estado do Rio Grande do Sul cumpre o dever de assumir o papel que lhe cabe nesta hora grave da vida do País. Cumpre-nos reafirmar nossa inalterável posição ao lado da legalidade constitucional. Não pactuaremos com golpes ou violências contra a ordem constitucional e contra as liberdades públicas. Se o atual regime não satisfaz, em muitos de seus aspectos, desejamos é o seu aprimoramento e não sua supressão, o que representaria uma regressão e o obscurantismo.
A renúncia de Sua Excelência, o Presidente Jânio Quadros, veio surpreender a todos nós. A mensagem que Sua Excelência dirigiu ao povo brasileiro contém graves denúncias sobre pressões de grupos, inclusive do exterior, que indispensavelmente precisam ser esclarecidas. Uma Nação que preza a sua soberania não pode conformar-se passivamente com a renúncia do seu mais alto magistrado sem uma completa elucidação destes fatos. A comunicação do Sr. Ministro da Justiça apenas notifica o Governo do Estado da renúncia do Sr. Presidente da República.
Por motivo dos acontecimentos, como se propunha, o Governo deste Estado dirigiu-se à Sua Excelência, o Sr. Vice-Presidente da República, Dr. João Goulart, pedindo seu regresso urgente ao País, o que deverá ocorrer nas próximas horas.
O ambiente no Estado é de ordem. O Governo do Estado, atento a esta grave emergência, vem tomando todas as medidas de sua responsabilidade, mantendo-se, inclusive, em permanente contato e entendimento com as autoridades militares federais. O povo gaúcho tem imorredouras tradições de amor à pátria comum e de defesa dos direitos humanos. E seu Governo, instituído pelo voto popular - confiem os riograndenses e os nossos irmãos de todo o Brasil - não desmentirá estas tradições e saberá cumprir o seu dever."
Lauro Haggemann
Foto: Vozes do Rádio
FAMECOS/PUC-RS
Este discurso foi transmitido pela Rádio Guaíba, que foi encampada por Brizola para a transmissão da chamada "Cadeia da Legalidade" que foi composta além da Guaíba de Porto Alegre, por outras emissoras do restante do país como a Rádio  Difusora de São Paulo. As transmissões ocorreram nos porões do Palácio  Piratini, sede do Governo do Rio Grande do Sul. Brizola, então mobilizou a população pelo rádio.  Aproveitamos a oportunidade para homenagear Lauro Hagemann, jornalista e locutor do Repórter Esso no Rio Grande do Sul, que atuou de maneira brilhante naquele episódio. Locutor de grande talento e remome, Hagemann, em entrevista a FAMECOS da PUC no site "Vozes do Rádio",  relembra:

"(...)Eram todos partidários, ninguém chegava perto. Daí, me dei conta, eu vou lá, vou me apresentar para ler esse negócio porque eu sabia que a minha voz era conhecida, se de repente, aparecesse ali naquele noticiário, dava outra conotação ao processo e isso era a minha contribuição ao momento político que se vivia. Eu tive essa consciência. Fui lá, me apresentei, me abraçaram, perna, braço, cabeça, tudo. No instante em que eu pus o bico no microfone, os outros que andavam na mesma situação que eu, desguaritados, sem função nas suas emissoras, correram todos para o Palácio e aí se formou lá uma mini-estação de rádio, com tudo direitinho, passamos a funcionar. Ficamos lá enterrados no porão do Palácio durante todo esse processo. Foi de, não foi de 25 de agosto porque 25 de agosto foi o dia que o Jânio renunciou, mas a Cadeia da Legalidade começou dois dias depois, dia 27, e foi até 7 de setembro, com a posse do Jango na presidência da República. Então, durou uns dez dias, mais ou menos. Nesse período, a gente ficou lá, lendo todos os manifestos e fazendo tudo que tinha que ser feito. E foi, a partir daí, que a sociedade brasileira se deu conta de que ela tinha importância para resolver problemas políticos, que o Jango foi empossado, veio para cá, os radialistas contribuíram grandemente para este processo de conscientização, de arregimentação, de mobilização da sociedade. E foi aí que nós nos demos conta que nós tínhamos que ter uma entidade classista mais vigorosa, que nos reunisse com mais consistência. Aí, partimos para a idéia do sindicato. Tivemos facilidades porque já tinham havido várias reuniões anteriores e tinha sido registrada uma associação profissional que era a que dava início ao processo de sindicalização, desentocamos lá na Delegacia do Trabalho e fizemos uma direção provisória, depois transformou em sindicato, eu fui eleito presidente do sindicato quando eu fui cassado, em 69. Aí, num dia, eu perdi o mandato de deputado estadual que eu tinha sido eleito, perdi a presidência do Sindicato dos Radialistas, fui aposentado na Universidade. Olha, foi barba, cabelo e bigode, como se dizia. Mas nunca me acusaram de nenhum crime. Eu fui cassado por motivos ideológicos, políticos, só porque eu pensava diferente. É, claro, no sindicato a gente agia diferente, né? O sindicato foi um trampolim para a vida política. Eu costumo dizer que a minha vertente política é dupla, é estudantil e sindical. Muito pouca gente hoje pode ostentar esse galardão.

Para coroar esta comemoração postamos também um pequeno documentário produzido pelo PDT, partido fundado por Brizola, em homenagem aos 40 anos de do episódio.  Ressaltamos que apesar do vídeo conter o nome do PDT, o Blog Falando de História não possuí nenhum vinculo institucional com esta legenda nem com outras também. Há um posicionamento político, mas sem participação partidária.





Links relacionado:
Entrevista de Lauro Haggemann concedida a FAMECOS/PUC-RS e publicada no site Vozes do Rádio.
Disponível em: http://www.pucrs.br/famecos/vozesrad/lauroh.html

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Carta de renúncia de Jânio Quadros

Em 25 de agosto de 1961, o presidente Jânio Quadros, que tomara posse no início do ano, surpreende toda a nação ao renunciar, na esperança de ser reconduzido ao cargo com seus poderes ampliados, mas a manobra fracassou. Confira a carta escrita por Jânio, justificando a sua renúnica

Nesta data, e por este instrumento, deixando com o ministro da Justiça as razões de meu ato, renuncio ao mandato de presidente da República.
Fui vencido pela reação e, assim, deixo o governo. Nestes sete meses cumpri o meu dever. Tenho-o cumprido, dia e noite, trabalhando, infatigavelmente, sem prevenções, sem rancores. Mas, baldaram-se os meus esforços para conduzir esta nação pelo caminho da sua verdadeira libertação política e econômica, o único que possibilita o progresso efetivo é a justiça social, a que tem direito o seu generoso povo.
Desejei um Brasil para os brasileiros, afrontando nesse sonho, a corrupção, a mentira e a covardia, que subordinam os interesses gerais aos apetites e às ambições de grupos ou indivíduos, inclusive do exterior.
Sinto-me, porém, esmagado. Forças terríveis levantaram-se contra mim e me intrigam ou infamam, até com a desculpa da colaboração. Se permanecesse não manteria a confiança e a tranqüilidade, ora quebradas e indispensáveis ao exercício da minha autoridade. Creio mesmo, que não manteria a própria paz pública. Encerro, assim, com o pensamento voltado para a nossa gente, para os estudantes e para os operários, para a grande família do país, esta página da minha vida e da vida nacional. A mim, não falta a coragem da renúncia.
Saio com um agradecimento, um apelo. O agradecimento é aos companheiros que, comigo, lutaram e me sustentaram, dentro e fora do governo e de forma especial, às Forças Armadas, cuja conduta exemplar, em todos instantes, proclamo nesta oportunidade. O apelo, é no sentido da ordem, do congraçamento, do respeito e da estima de cada um de meus patrícios para todos, de todos para cada um.
Somente, assim, seremos dignos deste país e do mundo. Somente, assim, seremos dignos da nossa herança e da nossa predestinação cristã. Retorno, agora, a meu trabalho de advogado e professor. Trabalhemos todos. Há muitas formas de servir nossa pátria.
 
Brasília, 25/08/1961
Jânio Quadros

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

O suicídio de Getúlio Vargas

Os últimos dias do presidente revelam o isolamento político e as ameaças que ele e sua família vinham sofrendo e que o levaram ao beco sem saída no qual acabou morto, com um tiro no peito
por Lira Neto

Pelo telefone, claramente emocionado, o ministro da Fazenda, Oswaldo Aranha, leu para a Rádio Nacional a carta-testamento encontrada na mesinha de cabeceira do presidente morto: “Eu vos dei a minha vida. Agora ofereço a minha morte. Nada temo. Serenamente dou o primeiro passo no caminho da eternidade e saio da vida para entrar na história”. O relógio indicava que faltavam 15 minutos para as 9 da manhã daquele 24 de agosto de 1954. Nunca o país assistira a tamanha comoção popular como a que veio logo após a divulgação da notícia: Getúlio Vargas se matara, em seu quarto, por volta de 8h30, com um tiro no peito.
Multidões saíram às ruas. Enfurecidos, manifestantes depredaram a sede da Tribuna da Imprensa, o jornal de Carlos Lacerda, mais furibundo dos adversários de Getúlio. Uma massa humana de 100 mil pessoas, a maioria em pranto incontrolável, desfilou diante do caixão do presidente, velado no próprio Palácio do Catete, sede do governo federal, no Rio. A imprensa noticiou que cerca de 3 mil pessoas presentes ao velório, vítimas de desmaios, mal-estares, crises nervosas e problemas de coração, precisaram ser atendidas pelo serviço médico do palácio. Na enfermaria, o estoque de calmantes esgotou-se em minutos. O país inteiro quedou em estado de choque. Ninguém esperava por aquele desfecho para a crise que se abatera como uma nuvem negra sobre o governo, apesar de o próprio Getúlio ter dito, dias antes, com todas as letras: “Só morto sairei do Catete”.
A pergunta que se fez à época, e que até hoje ecoa, exatos 50 anos depois, é uma só: afinal, por qual motivo Getúlio se matou? O que levou o presidente a puxar o gatilho de seu revólver, após apontá-lo contra o próprio coração? Que sentimentos insondáveis povoavam o homem Getúlio Vargas no instante daquele gesto que mudaria a história do Brasil? Como sempre ocorre, boa parte das possíveis respostas e certezas morreu junto com o próprio suicida. Mas, reconstituindo os fatos daquele aziago mês de agosto – mês de desgosto, no imaginário popular brasileiro –, é possível esclarecer os últimos momentos de Getúlio. Entre as tantas hipóteses, conjecturas e análises divergentes, uma coisa pelo menos é certa: o governo Vargas começou a morrer 20 dias antes, alvejado por outro tiro, este ironicamente disparado contra seu arquiinimigo Carlos Lacerda. Entre os dois tiros, um que atingiu o pé esquerdo de Lacerda, o outro que se alojou no peito de Getúlio, estão as respostas para a pergunta que não quer calar.
Na madrugada de 5 de agosto, pouco depois da meia-noite, Carlos Lacerda havia sido vítima de um atentado diante do portão do prédio onde morava, na rua Toneleros, em Copacabana. Dois disparos atingiram seu acompanhante, o major da Aeronáutica Rubens Vaz, que não resistiu aos ferimentos. Foi impossível não ligar o atentado da Toneleros às críticas virulentas disparadas diariamente por Lacerda contra o governo pelas páginas da Tribuna da Imprensa. Com a linguagem destemperada de sempre, Lacerda chegara a chamar o presidente de “monstro”, o deputado Lutero Vargas de “filho rico e degenerado do Pai dos Pobres” e Oswaldo Aranha de “mentiroso e ladrão”.
Carlos Lacerda escapou, por pouco, do atentado. Naquele mesmo dia exibiu, em seu jornal, as fotos de um ferimento a bala em seu pé esquerdo – ferimento cuja veracidade seria contestada depois. O prontuário do Hospital Miguel Couto, onde fora atendido, sumiria misteriosamente. Mas o estrago, àquela altura, já estava feito. “Acuso um só homem como responsável por esse crime. É o protetor dos ladrões, cuja impunidade lhes dá a audácia para atos como o desta noite. Esse homem é Getúlio Vargas”, escreveu Lacerda. A oposição tinha agora um cadáver, o do major Vaz, e seu principal representante, antes já suficientemente feroz, passara a agir a partir de então como um animal ferido.
“Esses tiros me ferem pelas costas”, reconheceu Getúlio. As principais suspeitas recaíram sobre Gregório Fortunato, chefe da guarda pessoal do presidente. Na manhã do dia 5, Getúlio chamou Gregório e indagou-lhe se tinha participação no episódio. Ele negou. À tarde, no Congresso, o líder da maioria, Gustavo Capanema, leu uma declaração assinada por Vargas: “Até agora considerava Lacerda meu principal inimigo. Mas agora o considero meu inimigo número 2; o número 1, aquele que causou o maior prejuízo ao meu governo, foi o homem que atentou contra sua vida”.
Contudo, os indícios e as investigações da trama logo apontaram para os corredores do Palácio do Catete. O fio do novelo começou a despontar logo no primeiro dia, quando um motorista de táxi que trabalhava próximo ao palácio apresentou-se voluntariamente à polícia e afirmou que levara, na noite anterior, um membro da guarda presidencial, Climério de Almeida, ao local do crime. Manifestações de protesto civis e militares pipocavam na capital federal, deixando o governo cada vez mais acuado. Cerca de 5 mil pessoas compareceram ao enterro de Vaz, enquanto Climério, em vez de prestar esclarecimentos, tratou de desaparecer do mapa.
No dia 8, com as acusações desabando sobre sua mesa de trabalho, Getúlio resolveu dissolver a guarda pessoal e franquear as dependências do Catete para as investigações. Tal atitude não satisfez a ira dos adversários. No Congresso, deputados da conservadora UDN (União Democrática Nacional), agrupados na chamada “Banda de Música” – assim conhecida pelo barulho que provocava em plenário com seus discursos inflamados e orquestrados –, passaram a exigir a renúncia de Vargas. Da Aeronáutica, a crise logo se alastraria para as demais corporações armadas. Durante todo o seu governo, Getúlio enfrentara a oposição dos militares, especialmente após ter nomeado, no ano anterior, João Goulart, o Jango, no cargo de ministro do Trabalho. Jango, considerado pelos quartéis um notório esquerdista, propôs um aumento de 100% no salário mínimo e acabou derrubado do cargo, por pressão dos militares.
A saída de Goulart do governo não afastara a desconfiança dos quartéis ou das forças políticas e econômicas mais conservadoras, que diagnosticavam no nacionalismo de Vargas uma perigosa “guinada à esquerda”. Assim, naqueles dias tormentosos de agosto, as forças civis e militares insatisfeitas com os rumos do governo vislumbraram a ocasião propícia para afastar, de uma vez por todas, Getúlio do poder. Fazendo coro à “Banda de Música” udenista, membros do Alto Comando das Forças Armadas decidiram bombardear a resistência do presidente. No dia 12, data da missa de sétimo dia do major Vaz na Candelária, foi instaurado na Base Aérea do Galeão um inquérito policial-militar, um IPM, sob o comando do coronel Adil de Oliveira. Apelidado de “República do Galeão”, o IPM deteve suspeitos, convocou testemunhas e, em poucos dias, selaria o destino do presidente.
Enquanto o IPM era instalado e o comércio do centro do Rio fechava as portas para celebrar o luto pelo major Vaz, Getúlio decidiu viajar para Minas Gerais, onde foi recebido com pompa e circunstância pelo governador Juscelino Kubitschek. Na inauguração de uma siderúrgica em território mineiro, faria seu último e contundente discurso: “Advirto aos eternos fomentadores da provocação e da desordem que saberei resistir”, disse o presidente ao microfone, emocionado, ao lado de um sempre sorridente JK. No dia seguinte, de volta ao Rio, encontrou o cenário ainda mais turbulento. Um pistoleiro, Alcino do Nascimento, havia sido preso e confessara ter atirado contra Lacerda por encomenda de Climério, ainda foragido. Mas o pior ainda estava por vir: pelo depoimento de Alcino, as suspeitas da autoria intelectual do atentado recaíam agora sobre Lutero Vargas, ninguém menos do que o filho do presidente.
Lutero, por recomendação expressa de Getúlio, apresentou-se espontaneamente ao IPM e renunciou à sua imunidade parlamentar, pondo-se à disposição das investigações. “Estou sendo vítima de uma torpe difamação”, diria ele ao país, por meio de uma rede oficial de emissoras de rádio. Mas, nos dias seguintes, uma sucessão de acontecimentos abalaria ainda mais as estruturas do Catete. Em 16 de agosto, com a tropa fora de controle, o ministro da Aeronáutica Nero Moura pediu demissão. No dia 18, Climério foi preso e confessou ter recebido ordens de Gregório Fortunato, cuja prisão já havia sido determinada pelo IPM no dia 15.
Há quem afirme que Fortunato, após sustentar outras versões, acabou assumindo a culpa pelo atentado contra Lacerda para proteger aquele que seria o verdadeiro culpado do crime, Benjamin Vargas, o “Bejo”, irmão caçula de Getúlio. O jornalista José Louzeiro, por exemplo, foi um que defendeu a hipótese em seu livro O Anjo da Fidelidade: A História Sincera de Gregório Fortunato. Segundo seu biógrafo John W.F. Dulles, Lacerda também tinha a firme convicção de que Bejo seria o mandante do crime. Seja como for, outras revelações do IPM, levadas a público no dia 18 de agosto, apontariam novas e suspeitas ligações de Fortunato com familiares do presidente. De acordo com documentos apreendidos no porão do Catete, no arquivo pessoal de Fortunato, o filho mais novo de Getúlio, Manoel Antônio Vargas, o Maneco, vendera ao Anjo Negro uma fazenda por 3 milhões de cruzeiros – quando o salário de Fortunato não passava de 15 mil cruzeiros mensais. Era a gota d’água. “Estou mergulhado em um mar de lama”, foi a frase atribuída a Getúlio naqueles dias de tensão sem trégua.
A revelação alquebrou as forças do presidente. Segundo o jornalista Glauco Carneiro conta em seu livro Lusardo, o Último Caudilho, Oswaldo Aranha encontrou Getúlio debruçado numa janela do Catete, de óculos escuros, procurando esconder os olhos vermelhos. “Reaja, você é um homem forte”, Aranha ainda tentou animá-lo. Mas o cerco se fechara. No dia 21, o presidente recebeu no palácio o seu vice, Café Filho, que dez dias antes havia se reunido secretamente com Carlos Lacerda e aderido à conspiração. Café propôs a Getúlio o que havia combinado anteriormente com Lacerda: a tese da renúncia conjunta do presidente e do vice. Getúlio, porém, desconversou. No entanto, seus dias de governo – e de vida – já estavam contados.
Em 22 de agosto, um grupo de brigadeiros divulgou um manifesto que exigia a renúncia imediata do presidente. Os almirantes se disseram solidários aos colegas da Aeronáutica e também pediram a cabeça de Getúlio. A posição do Exército viria logo depois, no dia 23. Um documento assinado por 27 generais circulou pelos quartéis e passou a ser entendido como uma espécie de ultimato: “Os abaixo-assinados (…) declaram julgar como melhor caminho para tranqüilizar o povo e manter unidas as Forças Armadas a renúncia do atual presidente da República”.
A notícia do Manifesto dos Generais, junto com a informação de que se tornara praticamente impossível controlar a agitação na caserna, chegou a Getúlio por volta de 0h daquele trágico 24 de agosto. A informação seria levada ao Catete pelo ministro da Guerra, general Zenóbio da Costa, e pelos também generais Mascarenhas de Morais e Odylio Denys. Exausto, Getúlio disse-lhes que convocaria uma reunião ministerial no dia seguinte para discutir a gravidade da situação. Mas o general Mascarenhas, apreensivo, aconselhou ao presidente que, mesmo levando-se em conta o adiantado da hora, era melhor que todos os ministros fossem tirados da cama e convocados imediatamente ao palácio. Getúlio compreendeu a urgência do caso, acatou a sugestão e ordenou que os assessores se concentrassem na tarefa de acordar o ministério com telefonemas disparados no meio da madrugada.
A tal reunião se arrastou, lenta, até depois das 4 da manhã, sem chegar a nenhuma conclusão. Alguns ministros sugeriram a resistência, apoiados pela palavra firme da filha do presidente, Alzira Vargas, que mesmo não sendo convidada invadira o salão ministerial e fizera questão de participar da reunião. Outros, a exemplo de José Américo de Almeida, ministro das Viações e Obras Públicas, afirmaram que a melhor saída, para evitar derramamento de sangue, seria mesmo resignar-se e submeter-se à renúncia. Impaciente, Getúlio abriu a agenda pessoal e rabiscou a seguinte nota: “Já que o ministério não chegou a uma conclusão, eu vou decidir. Determino que os ministros militares mantenham a ordem pública. Se a ordem for mantida, entrarei com um pedido de licença. Em caso contrário, os revoltosos encontrarão aqui o meu cadáver”. Aquela última frase da anotação, logo se saberia, não significava um esforço retórico, uma mera frase de efeito. Dias antes, em 13 de agosto, Alzira Vargas já encontrara um rascunho, escrito a lápis pelo pai, no mesmo tom: “Deixo à sanha dos meus inimigos o legado da minha morte”. No dia 23, véspera da reunião ministerial, o jornal getulista Última Hora, de Samuel Wainer, publicara uma manchete que também se anunciaria profética: “Getúlio ao povo: Só morto sairei do Catete”.
Após a reunião, sozinho em seu quarto, Getúlio não conseguiu pregar o olho. Foi procurado pelos familiares pelo menos três vezes entre o final da madrugada e o começo da manhã. Primeiro, Alzira levaria a ele a nota oficial redigida pelo ministro da Justiça, Tancredo Neves, anunciando a decisão presidencial de licenciar-se do cargo até que todas as acusações fossem devidamente apuradas. Getúlio não quis ler a mensagem e pediu para que o deixassem sozinho. Poucos minutos mais tarde, em duas ocasiões, o irmão Benjamin foi também até o quarto, agora para dar-lhe duas más notícias: o IPM estava convocando Bejo para depor imediatamente e os militares não haviam aceitado a idéia de uma simples licença. Os quartéis insistiam no afastamento definitivo do presidente.
Às 8h30 da manhã, ouviu-se um tiro. Os familiares encontraram Getúlio agonizante, o corpo sobre a cama, o buraco da bala pouco acima do monograma “GV” gravado no bolso do pijama, por onde o sangue corria aos borbotões. “Cada gota de meu sangue será uma chama imortal na vossa consciência e manterá a vibração sagrada da resistência”, diria certo trecho da carta-testamento. Há quem diga que o texto não era de Getúlio e sim do jornalista José Soares Maciel Filho, que o escrevera sob encomenda. Porém, nesta história cheia de controvérsias, pontos obscuros e detalhes nunca esclarecidos, a autoria da carta é o que menos importa.
O fato é que, se houvesse sucumbido à renúncia, tendo em vista a sanha de seus adversários e as graves acusações que recaíam contra si e seus familiares, Getúlio teria sido alvo de um linchamento moral sem precedentes. “Getúlio tinha uma profunda consciência de seu significado como personagem histórico. Seu último e trágico gesto precisa ser compreendido dentro dessa dimensão”, afirma o historiador Jaime Pinsky, professor da Unicamp. Quer dizer: o suicídio foi um ato político. “Ele preferiu protagonizar um teatro de tragédia a submeter-se à humilhação e ao teatro patético que os adversários encenariam com sua renúncia”, diz.
Segundo o historiador Marco Antônio Villa, autor de Jango, um Perfil, e que atualmente trabalha na biografia política de Vargas, aos 72 anos ele apresentava um certo cansaço e uma indisfarçável solidão. “Durante todo aquele mês de agosto, ele se sentiu abandonado pelos antigos aliados. Com toda a sua história de vida, ele não se submeteria mais à renúncia ou à derrota final do exílio”, diz. Para o presidente, a única forma de impedir a humilhação de uma devassa em sua vida era o suicídio.
Outro ponto pendente é que, vivo, Getúlio, ou pelo menos sua família, teria de enfrentar a Justiça. “A chamada ‘República do Galeão’ prosseguiria fustigando-o, num processo que talvez culminasse com sua prisão ou a prisão de gente muito próxima a ele”, diz Marco Antônio. De fato, menos de um mês depois da morte do presidente, o IPM que investigava o atentado a Lacerda foi encerrado e o irmão de Getúlio, Benjamim, e o filho, Lutero, inocentados. O único culpado foi Gregório Fortunato.
Com o suicídio e a comoção nacional que se seguiu, Getúlio transformou seu nome em mito. “Não foi uma decisão fácil, mas a percepção que Getúlio tinha de si mesmo, de seu papel histórico, transcendia sua própria existência terrena, de carne e osso”, diz Jaime Pinsky. Assim, os que conspiraram contra ele tiveram que esperar dez anos para, só então, concretizar seus planos. Antes disso, apesar de algumas tentativas, não houve clima político nem apoio popular para tal. Só exatamente uma década depois a “Banda de Música” udenista e os mesmos militares que assinaram o Manifesto dos Generais conseguiriam chegar ao poder, após derrubarem o herdeiro direto do getulismo, João Goulart. Afinal, o golpe de Estado que o país assistiria em 1964 foi, em edição revista e atualizada, o mesmo que Getúlio adiou, em 1954, ao apontar contra o próprio peito o cano frio do Colt calibre 32 com cabo de madrepérola.

Agosto de 1954
Os 20 dias que mudaram o Brasil
Dia 5
Atentado da rua Toneleros: o majoraviador Rubens Vaz é morto o Carlos tacerda é ferido no pé. Getúllo Vargas convoca Gregório Fortunato. chefe de sua guarda pessoal, que nega qualquer envolvimento no episódio
Dia 6
Getúlio diz em nota oficial que irá apurar o crime e punir os culpados. Cinco mil pessoas comparecem ao enterro do major Vez. Militares realizam manifestação de protesto contra o atentado
Dia 7
O motorista de táxi Nelson Raimundo topes depõe na polícia e diz que o suposto autor do atentado, Climério Euribes de Almeida, membro da guarda palaciana, utilizou seu carro para fugir do local do crime
Dia 8
Getúlio é informado do envolvimento de Climério, que teria recebido dinheiro de Fortunato por meio do secretário da guarda. João Vicente de Souza. O presidente dissolve sua guarda pessoal. O ministro Nero Moura informa a Getúlio que a Aeronáutica está sublevada
Dia 9
Deputados oposicionistas – entre eis Afonso Aritios – faiOm violentos discursos na Câmara e exigem a renúncia de Getúilo. Tancredo Neves, ministro da Justiça, divulga nota em que diz que o presidente não deixará o governo
Dia 10
Numa reunião do Clube da Aeronáutica a tese da renúncia ganha força. Membros do Alto Comando das Forças Armadas dizem ao ministro da Guerra, Zenóblo da Costa, que recomende ao presidente para se afastar por conta própria, antes que eles o obriguem a isso
Dia 11
Getúlio diz a Zeiuóbio que não aceitará Gregório depõe na policia. A missa de sétimo dia pela morte de Vaz coincide com novos protestos civis e militares mio Rio de Janeiro
Dia 12
Instaurado inquérito policial-militar um IPM, para apurar o atentado. Getúlio vai a Minas Gerais para inauguração de uma siderúrgica. Lá, é recebido com festa pelo governador Juscelino Kubitschek. Ë seu último discurso e sua última aparição pública
Dia 13
O pistoleiro Alcino José do Nascimento é preso. Há suspeitas de que agiu sob ordens Indiretas do filho de Getúlio, Lutero Vargas. Este nega participação no crime, depõe voluntariamente no 1PM e abre mio de sua imunidade parlamentar
Dia 14
Cerca de 1 500 oficiais se reúnem no Clube Militar e exigem a renúncia de Getúlio. O secretário da guarda presidencial, João Vicente, confessa que facilitara a fuga de Alcino e de Climéri4 orientado por Fortunato
Dia 15
Pedida oficialmente a prisão de Gregório Fortunato
Dia 16
Com a tropa fora de controle, o ministro da Aeronáutica, Nero Moura, pede demissão
Dia 17
Climério é preso e com ele são encontrados 35 mil cruzeiros, em cédulas da mesma série de notas encontradas com Fortunato e Akino
Dia 18
Encontrados no arquivo de Fortunato papéis que o ligam a negócios suspeitos com o filho de Getúlio, Manoel Antônio Vargas. Carlos Lacerda escreve que o presidente está deposto moralmente, “pelo sangue quiJez derramar”
Dia 19
O coronel João AdiI de Oliveira, responsável pelo 1PM, diz não ter mais dúvidas de que o crime da Toneleros foi planejado dentro do Catete. José Antônio Soares, que intermedlara a contratação do pistoleiro~ também é preso
Dia 20
O Alto-Comando do Exército reúne-se e divulqa nota sobre a gravidade da situação. Orientado por Lacerda, o vice-presidente Café Filho leva aos chefes militares a hipótese da dupla renúncia
Dia 21
Café Filho propõe ao próprio Getúlio a renúncia de ambos. O presidente diz que vai pensar no assunto. Aeronáutica e Marinha se declaram em estado de prontidão
Dia 22
Manifesto dos líderes da Aeronáutica exige a renúncia de GetúiIo. Mascarenhas de Morais é enviado como mensageiro dos militares a Getúllo, que o rechaça e diz que só morto sairia do governo
Dia 23
“SÓ MORTO SAIREI DO CATETE”
A frase vira manchete do Última Hora, jornal getutista. Almirantes dizem que a Marinha apóia o manifesto dos brigadeiros. Generais redigem também um manifesto, considerado um ultimato a Getúlio

Dia 24 – As últimas horas do presidente
0h
Ministro da Guerra. general Zenóbio da Costa, chega ao Palácio do Catete. Traz um ultimato assinado por 27 generais, exigindo a renúncia
0h30
Da sala de despachos. Getúlio manda chamar os mintstros. Pega em uma gaveta uma folha datilografada, assina-a e a guarda no bolso. Os demais nem sabiam, mas era a carta-testamento. O presidente sobe para o quarto
1h
Ao redor do Catete. barricadas e soldadoS armados a postos para evitar uma invasão. Getúlio, fumando seu indefectível charuto, desce à Sala de despachos. pega a Caneta-tinteiro que estava sobre sua mesa de traba1ho e a entrega ao ministro da Justiça Tancredo Neves, pedindo que ele a guarde como lembrança daqueles dias
3h
Getúlio reúne o ministério. (Dos 12 ministros, um, Vicente Rao das Relações Exteriores – não compareceu além deles, estavam presentes a filha do presidente. Alzira, a esposa Darcy e os filhos Lutero e Manoel Antônio. Lá fora, aviões da aeronáutica davam rasantes sobre o Catete
4h
Os ministros não chegam a um consenso. Getúlio anota em sua agenda: “Já que o ministério não chegou a uma conclusão, eu vou decidir: (…) entrarei com um pedido de licença”.
4h20
Zenóbio sai apressado, para anunciar a decisão de Getúlio aos demais chefes militares. O presidente sobe para o quarto dizendo que vai tentar dormir um pouco. O ministério continua reunido e Tancredo escreve uma nota a ser divulgada à população
4h45
O ministro Oswaldo Aranha, Alzira e o próprio Tancredo sobem para submeter a nota a Getúlio. O presidente, de pijama de mangas compridas, recebe-os na ante-sala de seu quarto. O país é comunicado, pelo rádio, da decisão presidencial
6h
Dois oficiais chegam ao Catete, com uma intimação para Benjamin Vargas, irmão de Getúlio. Ele é acusado de ser o autor intelectual do atentado a Lacerda e se recusa a deixar o palácio. Ele sobe ao quarto do irmão, acorda-o e comunica o ocorrido
7h
O telefone toca. É o general Armando de Morais Âncora, que diz a Benjamin que o pedido de licença não era o bastante. Os militares, agora com apoio do próprio ministro Zenóbio da Costa, exigem o afastamento imediato e definitivo de Getúlio
7h30
Benjamin vai ao quarto de Getúlio e lhe comunica a reação dos militares. Getúlio diz que a situação é grave e pede ao irmão que desça ao andar de baixo e traga novas informações a respeito
8h05
Contra seu costume, o presidente sai do quarto de pijama e desce até seu gabinete de trabalho. Um dos assistentes nota que Getúlio volta para o quarto carregando algo volumoso no bolso do pijama: é uma arma – um revólver Colt calibre 32
8h15
Como fazia todas as manhãs, o barbeiro Barbosa entra no quarto de Getúlio. O presidente o dispensa. Diz que quer ficar sozinho para tentar dormir. O filho Lutero descansa em um sofá, na ante-sala do quarto do pai
8h30
O presidente senta na cama, põe o revólver à altura do peito e puxa o gatilho. O tiro acorda Lutero, que é o primeiro a entrar no quarto. Em seguida chegam dona Darcy, o médico Flávio Miguez de Mello e Alzira. Getúlio está com meio corpo para fora da cama, agonizante.
8h35
A arma ficou sobre a cama e, na mesinha de cabeceira, a carta-testamento. Ele morreria ainda deitado, em minutos

As muitas faces de Getúlio
Os fotógrafos tinham ordens de retratá-lo sempre de baixo para cima, para disfarçar a sua estatura. A despelto de seu 1,60 metro, do rosto rechonchudo e da proeminente barriga, Getúlio era um homem vaidoso, que soube como poucos cultivar sua imagem. Em viagens, sempre levava uma maleta com cremes, saboneteira, loção de barba e meias de seda. Fez do inseparável charuto uma de suas marcas registradas e protagonizou com a vedete Virginia Lane, à época “a dona das mais belas pernas do Brasil”, um tórrido romance.
Mas sua paixão era a política. Foi o presidente brasileiro que mais ficou no cargo: mais de 18 anos. Nesse tempo, encarnou vários Getúlios. Gaúcho de São Borja, nascido em 1882, ex-deputado e governador do Rio Grande do Sul, fez sua primeira aparição na vida política nacional em 1930, como líder revolucionário: após ser derrotado nas urnas pelo paulista Júlio Prestes, chegou à presidência com a derrubada de Washington Luís. Em 1937, instaurou o Estado Novo e passou a governar o país com mão-de-ferro. Surgia a figura do Getúlio ditador, cuja imagem de “Pai dos Pobres”sería construída pelo Departamento de Imprensa e Propaganda, o DIP, incumbido de censurar os opositores e forjar oculto à personalidade do presidente. Sua política trabalhista, que culminou com a assinatura da Consolidação das Leis do Trabalho, a CLT, ajudou a eternizar o conceito de político populista, carismático, de grande apelo junto às massas. Quando explodiu a Segunda Guerra Mundial, Getúlio flertou com o fascismo, com o qual seu governo se afinava ideologicamente, mas por razões econômicas apoiou os aliados. Em 1945. com o fim da guerra, tornou-se impossível sustentar a contradição de, por um lado, ter mandado soldados para lutar contra os nazi-fascistas e, de outro, manter uma ditadura. Pressionado pela opinião pública, Getúlio renunciou e seguiu para o auto-exílio em São Borja. Voltaria em 1951, embalado pela marchinha, sucesso absoluto do Carnaval daquele ano: “Bota o retrato do velho outra vez/ bota no mesmo lugar/ o retrato do velhinho faz a gente trabalhar”. Após tentar uma insustentável conciliação de forças políticas antagônicas, fez a opção por um governo nacionalista, no qual se destacariam a criação da Petrobrás e a bandeira do monopólio nacional do petróleo. Os novos rumos de Getúlio logo incomodariam militares, conservadores da UDN e o grande capital. Passou a ser retratado como o vilão que, atolado na corrupção, queria arrastar o país para uma república sindicalista. Era essa a imagem pública que carregava nos ombros em seus últimos dias. O tiro que deu no próprio peito, porém, o transformaria em mártir e o redimiria aos olhos da nação terrificada.

Saiba mais
Livros
O Segundo Governo Vargas: 1951-1954, Maria Celina Soares de Araújo, Zahar Editora, 1982 – Para compreender a crise de agosto de 1954
Brasil: de Getúlio a Castello, Thomas Skidmore, Paz e Terra, 1996 – Síntese da história política brasileira entre os governos de Getúlio Vargas e Castello Branco
A Era Vargas, José Augusto Ribeiro, Casa Jorge Editorial, 2001 – Da chegada ao poder ao suicídio, em três volumes
O Anjo da Fidelidade: a História Sincera de Gregório Fortunato, José Louzeiro, Francisco Alves, 2000 – Livro que defende Gregório da acusação de ter encomendado a morte de Lacerda
Sites
www.cpdoc.fgv.br. – Portal do Centro de Documentação de História Contemporânea do Brasil, da Fundação Getúlio Vargas. Permite pesquisa online no acervo
www.museudarepublica.org.br. – Conheça a história do Palácio do Catete, cenário do suicídio de Getúlio

Fonte do texto: Revista Aventuras na História
Extraído do Blog Mania de História. Disponível em: http://maniadehistoria.wordpress.com/getulio-vargas-explicacoes-para-sua-morte


segunda-feira, 22 de agosto de 2011

La paleontóloga Marie-Antoinette de Lumley limpia el hueso frontal de un hombre joven de hace 170.000 años (AFP, Sebastien Nogier)



El hueso frontal de un hombre joven de hace 170.000 años fue descubierto en una gruta marítima situada en Lazaret (sureste de Francia), informaron este miércoles un grupo de científicos.
Este cazador nómada de la Costa Azul francesa “tenía al menos 25 años cuando murió porque las suturas dentadas del hueso frontal todavía no están soldadas”, dijo la paleontóloga Marie-Antoinette de Lumley.
Se trata uno de los últimos Homo erectus, cuyo descubrimiento podría aportar importantes informaciones para entender la evolución de su sucesor, el hombre de Neandertal.
“Con esta frente, bastante baja y aplastada, se ve el principio de la cara”, añadió la científica, quien destacó la “rareza” del descubrimiento hecho el sábado por un grupo de estudiantes que participaban en una excavaciones estivales.

Memória romântica e história oficial


Divulgação: Blog Brasil Recente
Por Carlos Fico
A barbaridade da tortura e do extermínio tornam as vítimas da repressão da ditadura militar personagens centrais da história do Brasil naquele período. Quando falamos da ditadura, logo nos vêm a mente as imagens de passeatas, de protestos e também da repressão. Temos a impressão de que o Brasil estava dividido entre a sociedade (que resistia) e os militares (que reprimiam).

Essa leitura certamente não é correta. Amplos setores da sociedade brasileira apoiaram o golpe de 64. Goulart foi derrubado porque dava a impressão de permitir algumas conquistas populares inaceitáveis para a elite e para a classe média naquela ocasião. A sociedade também apoiaria o “milagre econômico”, tornando o general Médici bastante popular.

O regime militar não se implantou para combater as ações armadas da esquerda, que só se intensificaram cinco anos depois do golpe. Além disso, a chamada “luta armada” foi bastante reduzida e, em função da censura, era praticamente desconhecida da sociedade. Quando algumas ações armadas urbanas se tornavam conhecidas (assaltos a bancos, sequestros de diplomatas, atentados etc.), as pessoas as confundiam com “terrorismo”.

Apesar de tudo isso, consolidou-se entre nós a memória da ditadura naqueles termos românticos, de uma luta do bem contra o mal. A centralidade da questão popular, da injustiça social e do autoritarismo foi ultrapassada pelo debate sobre a luta armada. Isso não aconteceu intencionalmente, por motivações inconfessáveis de uma pessoa ou de um grupo. Ao contrário, é muito comum que essas leituras simplificadoras surjam logo depois de regimes autoritários ou de situações análogas (o mesmo se dá na Argentina, por exemplo).

A memória não tem compromisso com o método histórico ou as evidências empíricas. Muitas vezes a memória se constitui para o conforto dos espíritos. Por exemplo, é muito melhor pensar que todos os franceses combateram a ocupação nazista, mesmo que isso não seja verdade. Do mesmo modo, é melhor esquecer que Médici era aplaudido nos estádios de futebol e supor que todos combatíamos a ditadura.

Embora esse processo seja compreensível, ele contém alguns riscos. Um deles é o de tais leituras simplistas se tornarem leituras oficiais, assumidas pelos governos democráticos como a narrativa verdadeira. Isso tem acontecido na Argentina, apesar dos esforços dos historiadores mais críticos daquele país. Também no Brasil corremos esse perigo: se tivermos uma Comissão da Verdade que se paute pela construção de uma “narrativa verdadeira”, é quase certo que prevaleça a versão romântica que heroiciza os jovens que participaram da luta armada.

Recentemente, surgiu um sintoma dessa tendência. O ministro da Justiça publicou uma portaria concedendo a doze familiares de desaparecidos políticos acesso irrestrito aos documentos que estão no Arquivo Nacional. Nenhum outro cidadão tem esse direito, apenas as doze pessoas mencionadas. Como sabem os leitores do Brasil Recente, embora muitos documentos da ditadura já estejam no Arquivo Nacional, não é possível consultá-los sob a alegação de que eles põem em risco a privacidade das pessoas mencionadas. Agora, com a portaria do ministro José Cardozo, essas doze pessoas têm acesso irrestrito aos papéis.

Não é preciso argumentar muito para que se perceba o caráter discriminatório da portaria do ministro. Todos os cidadãos deveriam ter o direito de acesso pleno aos documentos. O que está por trás da atitude equivocada de Cardozo é exatamente a leitura romantizada e heróica que mencionei. A solidariedade que todos temos com as vítimas da ditadura não deve servir de justificativa para que haja cidadãos de primeira e de segunda classe.

A Inserção da Cultura Estadunidense em Porto Alegre

A década de 30 é marcada por muita apreensão, sendo um período de intervalo entre a Primeira e a Segunda Guerra Mundial, assim como pela Grande Depressão dos Estados Unidos. Para combatê-la o presidente Roosevelt criou o New Deal, um programa com fortes medidas sociais e assistenciais de recuperação da economia do país. A época era do apogeu da cultura francesa. O mundo começava a passar por grandes transformações, mudança de hábitos e de costumes que já se expressavam na literatura e em uma nova arte: o cinema. Arte que nas décadas seguintes estaria intimamente ligada à cultura estadunidense. Estes novos valores artísticos despertavam o interesse de um grupo de intelectuais de Porto Alegre liderados por Erico Verissimo. Queriam conhecer o país de Orson Welles, John Steinbeck, Willian Faulkner. A viagem teria que ser adiada. O mundo estava na iminência da Segunda Guerra Mundial e os intelectuais precisaram aguardar e conter sua expectativa.

Mas o grupo de intelectuais gaúchos não se deu por vencido no desejo de cultivar, mesmo à distância, a língua, os costumes e a cultura daquele país que viam magicamente através do cinema e da literatura. Idealizaram, então, um grande projeto de intercâmbio cultural entre Brasil e Estados Unidos, mas principalmente com ênfase na divulgação da cultura gaúcha. No dia 14 de julho de 1938, este projeto tornava-se realidade. Nascia o Instituto Cultural Brasileiro Norte-Americano com a colaboração do Cônsul dos Estados Unidos, Mr. Guy W. Ray.

A lacuna existente na historiografia rio-grandense sobre a implantação da política neoliberal estadunidense em Porto Alegre pode ser preenchida pela análise das fontes encontradas no acervo privado do ICBNA. Como também, uma profunda análise nas fontes dos relatórios ministeriais do Ministério das Relações Exteriores 1938 -1944 complementando e segmentando o tema num contexto mais geral.

Através de uma bem engendrada política cultural, os Estados Unidos tem conseguido, no decorrer de décadas impor seus padrões culturais aos latino-americanos, conduzindo-os no sentido de reforçar a opção capitalista e desestimular o nacionalismo.

O ideal dos intelectuais gaúchos em formar um Instituto binacional que promovesse intercâmbio cultural com os Estados Unidos foi influenciado por um Cônsul norte-americano, Guy W. Ray, que conhecendo a notabilidade de tais intelectuais na elite gaúcha viu grandes chances de estabelecer influência de sua cultura numa importante capital brasileira. O discurso oficial norte-americano tinha como meta proporcionar intercâmbio, ou melhor, uma verdadeira fusão das culturas. No entanto o que verificamos foi uma política de mão única. A partir da continuidade deste processo podemos ver hoje uma sociedade porto-alegrense adaptada ao American Way of life. Com isso, o ICBNA, juntamente com seu acervo histórico, apresentam alternativas de elucidação de todo um processo desencadeado por uma nação economicamente superior que visava arrebanhar a elite intelectual e utilizá-la como veículo condutor de seus ideais culturais e político-econômicos.

domingo, 21 de agosto de 2011

22 anos sem o Rei do Rock Brasileiro

Divulgação Blog Hoje na História - CPDOC Jornal do Brasil
Conhecido como Maluco Beleza,  Raul Seixas até hoje concentra um grande número de fãs pelo Brasil. Com o seu estilo único, partia para a eternidade num triste e doloso 21 de agosto de 1989. Vítima de um ataque cardíaco fulminante em seu flat service na cidade de São Paulo, Raul deixaria uma lacuna enorme na Música Popular Brasileira.

Suas letras, são tão atuais como na sua época e mesmo 22 anos depois jamais perdeu o seu brilho e intensidade. Raulzito, como também é chamado pelos seus fãs, "(...)teve  uma carreira marcada por ausências e voltas aos palcos. Foi considerado o pai do rock brasileiro, que era sua principal paixão desde os 12 anos, quando ainda morava em Salvador. (Site Arquivo do Jornal Nacional)


Os números

- Faleceu aos 44 anos
- Mais de 400 composições
- 30 discos Gravados
- Casou 5 vezes e teve 3 filhas

Alguns de sucessos

- Maluco Beleza
- Metamorfose Ambulante
- Medo da Chuva
- Alcapone
- Gita
- Eu Nasci há 10 Mil Atrás
- Tente Outra Vez

Em 2009, a TV Globo homenageou Raul, com o especial "Por Toda a  Minha Vida" apresentado por Fernanda Lima, veja o especial 







Última entrevista de Raul Seixas (Programa Jô Soares Onze e Meia - SBT/1989)



Clipe da música Maluco Beleza


Hoje 22 anos após a sua morte, eu um humilde fã, que na sua colação de grau executou Maluco Beleza hoje agradece ao Raulzto, pois se tenho um jeito meio maluco de ser é uma ponta de contribuição deste gênio da nossa música. 

Leitores desculpem este devaneio, mas se existir o céu, com certeza deve ter uma sala lá dedicada ao Rock lá tem um trono enorme, cujo o rei Elvis coordena juntamente com mais dois  outros reis: do lado esquerdo o querido Cazuza e do direito o Rei do Rock Brasileiro, o nosso eterno Raul. Claro que nesta sala há um grupo que os acompanha de tanta importancia que estes ícones, os Beatles (claro sem o Paul). E se entrasse nesta sala eu diria "Quero ficar eternamente um Maluco Beleza!"

Fontes


1989: Morre o maluco beleza do rock. Blog Hoje na História. CPDC/Jornal do Brasil. Disponível em: http://www.jblog.com.br/hojenahistoria.php?itemid=4259

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Novo integrante do Falando de História: Rodrigo Pinnow

Foto: Divulgação Twitter de
Rodrigo Pinnow
O Historiador Rodrigo Pinnow é o mais novo integrante da equipe do Blog Falando de História.  Pinnow realiza pesquisas sobre o processo de desenvolvimento da teoria arqueológica e sua inserção na historiografia. Além de publicar posts no Blog FH, também fará parte da equipe de colunistas do Portal FH que será ativada em setembro.
Seja Bem-Vindo Rodrigo ao Falando de História

Tour Cultural pela Antiguidade – Sítios Arqueológicos e Museus


O Curso de História da ULBRA promove o "Tour Cultural pela Antiguidade – Sítios Arqueológicos e Museus", que trata-se de um curso voltado à formação do conhecimento sobre os prinicpais acervos e sítios arqueológicos da Europa. 
As professoras responsáveis pelo curso ressaltam que as vagas são limitadas. 
Inscrições poderão ser feitas além de maneira presencial, via internet através do seguinte endereço: http://www.ulbra.br/extensao/tour-cultural-pela-antiguidade-sitios-arqueologicos-e-museus.html 
Demais informações seguem abaixo:
Objetivos
» Proporcionar atualização em História Antiga com domínio de conhecimento sobre Sítios Arqueológicos e acervos dos principais museus Europeus, através da análise de fotografias recentes e dos relatos de viagens de estudos realizados pelas docentes e visita técnica guiada ao Museu Nacional no Rio de Janeiro; Incentivar a reflexão sobre o conhecimento histórico e artístico da Mesopotâmia, Egito, Grécia e Roma, através do estudo de imagem de artefatos arqueológicos e de cidades antigas.
Público-alvo: Estudantes de graduação e pós-graduação, professores do Ensino Fundamental, Médio e Superior de História, Arqueologia, Museologia, Arquivologia, Artes Visuais, Geografia, Letras, Design, Arquitetura, Filosofia, Ciências Sociais, entre outros.
Programa:
  • MÓDULO l
    • 24/09
      • Tour pelo Museu Britânico: análise do acervo do Cemitério Real de Ur: joias, brinquedos e música na Suméria; Narrativas visuais da guerra: as salas dos relevos assírios e a reserva técnica.
      • Paris e o Museu do Louvre: Babilônia, Nínive, Korshabad e a Pérsia aquemênida; Champollion e o Egito – Sarcófagos e estatuária funerária.
      • Pompéia: tour ao sitio arqueológico, passeio virtual à Pompéia de 75 d.C. Análise do acervo museológico de Pompéia e Herculano no Museu Arqueológico Nacional de Napoli; Coleção do Gabinetto Segreto de Mussolini – arte erótica.   
    • 1º/10
      • Tour Arqueológico pela Grécia da Era Minóica: Creta, os sítios de Knossos, Festos e Malia, as três maiores cidade – palácios, primeira experiência da urbanidade ocidental. Acervo do Museu de Heraklion.
      • Grécia continental: do Micênico ao Clássico – análise das estruturas funerárias e palaciais de Micenas. Santuário de Apolo, em Delfos: o maior centro oracular  da antiguidade. Visita virtual à Acrópoles de Atenas.
      • Tour em Berlim. Os museus Neues e Pergamon; As coleções de artefatos e suas ordenação no espaço dos Museus Pergamon: A reconstrução/restauração  do portal de Ishtar, da Babilônia, rei Nabucodonosor; A reconstrução/restauro do altar central e frisos do templo de Pergamon.
      • Neues Museum: A coleção de Tróia, escavação de H. Schliemann (1870-80); Coleção egípcia – sarcófagos e utensílios rituais/funerários. Miniaturas.  
  • MÓDULO II
    • 19/10, 20 e 21/10 –– Programação do XVIII Congresso Nacional de Estudos Clássicos da SBEC no Rio de Janeiro (http://sbec2011.classica.org.br/) 
Local:           
  • MÓDULO I: ULBRA  Canoas | Prédio: 14 | Auditório: 203       
  • MÓDULO II: IFCS-UFRJ, Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, Academia Brasileira de Letras e Real Gabinete Português de Leitura (Rio de Janeiro, Brasil).     
Datas:
  • MÓDULO I: 24/09 e 1º/10/2011
  • MÓDULO II: 19 a 21/10/2011
Horário:
  • MÓDULO I – manhã e tarde
  • MÓDULO II – manhã, tarde e noite
Carga horária:
  • MÓDULO I – 12h/a
  • MÓDULO ll – 36h/a
  • TOTAL – 48h/a
Investimento:Apenas o MÓDULO l: R$ 80,00 (Incluído CD com material didático)Apenas o MÓDULO II: R$ 60,00 (Incluído CD com material didático e a entrada no Museu Nacional da UFRJ no Rio de Janeiro)Todo o curso: R$140,00 (dois módulos) (Incluído CD com material didático e a entrada no Museu Nacional da UFRJ no Rio de Janeiro)
OBS.: Os custos com a inscrição no XVIII Congresso Nacional de Estudos Clássicos da Sociedade Brasileira de Estudos Clássicos (SBEC), passagens, hospedagem e alimentação no Rio de Janeiro não estão incluídos no valor do curso.
Data final para inscrição: 22/09/2011
Turmas: 30 alunos no máximo
Ministrantes:
Profª Kátia Maria Paim Pozzer – graduação em História, doutorado em História (com estágio de pós-doutorado).
Profª Paulina Teixeira Nólibos – graduação em Filosofia, mestrado em História e doutorado em História.

VAGAS LIMITADAS
Será fornecido atestado.
Forma de pagamento:
Depósito Bancário: Banco do Brasil – Agência: 2626-3 – Conta Corrente: 24.491-0. Após, enviar o comprovante de depósito identificado com nome do aluno, curso e telefone por Fax (51) 3477.9103, digitalizado por e-mail: extensaoecultura@ulbra.br ou apresentá-lo pessoalmente no Saguão do Prédio 6 – Espaço Extensão e Cultura.
Fonte: Coordenação do Curso de História  ULBRA