sexta-feira, 26 de setembro de 2014

26 de setembro de 1960: O inflamado discurso de Fidel

Primeira página: Terça-feira, 27 de setembro de 1960.


"Cuba dará, também, seu grão de areia para que o mundo se entenda... Cuba deve constituir, para o mundo, neste momento, uma preocupação, porque é um dos problemas mundiais... Dizem que em Cuba não existe a paz que o mundo deseja... Mas somos nós, cubanos, representantes de Cuba, merecedores do mau tratamento que temos recebido?

Com essas palavras o Primeiro-Ministro de Cuba Fidel Castro abriu o discurso mais longo até então proferido da tribuna da Assembléia Geral da ONU, fazendo um pronunciamento inflamado contra os EUA, no qual ratificou as acusações levantadas desde que assumiu o poder em janeiro de 1959. No ponto máximo de seu discurso Fidel declarou: "Cuba já não recebe ordens da Embaixada dos Estados Unidos". Afirmou que as dificuldades com os americanos começaram com a lei da reforma agrária, já que esta afetava diretamente os interesses monopolistas dos EUA. Entre as acusações reiteradas estavam a sustentação da ditadura de Fulgêncio Batista com a influência militar americano; a famigerada agressão econômica encabeçada pelos EUA contra Cuba, com a redução da cota açucareira; os ataques aéreos advindos de bases americanas ao território cubano e o isolamento imposto a Cuba sob o pretexto da segurança americana. Defendeu o desarmamento. Propôs o modelo cubano como inspiração aos países da América Latina no desenvolvimento econômico independente do capital estrangeiro. Pediu ao Ocidente que preservasse a África, e respeitasse a natureza, e a cultura dos seus povos.

Fidel foi aplaudido por delegações dos países comunistas e africanos. Em sua maioria, os delegados latino-americanos mantiveram-se em silêncio. O Embaixador americano na ONU, James Wadsworth, comentou que o líder cubano fizera somente acusações, já rechaçadas pelos EUA.

Outras efemérides de 26 de setembro

A aguerrida reestruturação de Cuba

No início dos anos 60 Cuba tornou-se o centro nevrálgico da Guerra Fria. De um lado, os EUA tentavam desestabilizar o regime revolucionário cubano, e recuperar sua estratégica posição militar. Do outro, a URSS, em busca da hegemonia no bloco socialista, promovia Cuba decisivamente. O alto preço deste impasse coube à ilha caribenha, que, adotando uma política de defesa dos interesses nacionais e de combate ao imperialismo, passou a sofrer retaliações extremas, incluindo um rigoroso bloqueio econômico por parte do mundo capitalista. O isolamento de Cuba, contudo, não impediu a implementação do processo de socialização dos meios de produção e no ensino.




Fonte: Blog Hoje na História CPDOC/Jornal do Brasil. Disponível em: http://jblog.com.br/hojenahistoria.php?blogid=57&archive=2013-09

sábado, 20 de setembro de 2014

Somos Todos Patrícias?

Por Noé Gomes

Já estou cansado de ouvir as mesmas repercussões sobre o episódio envolvendo o goleiro Aranha do Santos Futebol Clube. O lastimável fato tem tido ao meu ver uma repercussão exacerbada e muito maldosa.
Como historiador tenho a nítida noção de que não somos por natureza neutros, mesmo a imppelarensa que sempre tenta induzir que é neutra ou imparcial. Todo discurso por si só, tem uma visão, interesses, afinal de contas os discursos são defesas e como tal são válidos como  forma de argumentação.  O que eu não aceito e não vou me calar é o fato da hipervalorização do episódio e de um goleiro mediano tecnicamente que busca a qualquer custo se mostrar na mídia.
A luta contra o racismo, homofobia, machismo e tantos atos contra a integridade física e psíquica do cidadão é algo que deve estar na pauta sempre. Mas há uma luta que deve ser iniciada por nós, que nos consideramos cidadãos de bem: a luta contra à hipocrisia. Sentei-me na parte sul do estádio e posso afirmar que não vi ninguém chama-lo de macaco ou outras ofensas. Sim houveram muitas vaias. Realmente a cada toque do goleiro santista o estádio que diga-se de passagem não estava cheio, se ouvia uma estridente vaia comparada as sofridas pelo ex-jogador do Grêmio Ronaldo Assis (Ronaldinho Gaúcho) e seu irmão quando jogou em um amistoso da despedida do ex-goleiro Danrlei. Mas em nenhuma situação eu vi ambos fazerem um papel tão ridículo e patético como o Sr. Aranha.
O que ele queria que  todos aplaudissem? Ninguém vaiou ele por estar ao lado do ato, mas sim por perceber que o arqueiro do Santos não passa de um oportunista que lastimavelmente se aproveita deste fato para adiquirir seus 15 minutos de fama. Este cidadão tem ao meu ver sido o símbolo da hipocrisia e da pior espécie. Explico-me: a moça que já foi julgada e sentenciada pela sociedade pediu perdão! O que ele fez? Disse que não queria encontra-la. Se diz um homem cristão, mas não tem a capacidade de ter gestos nobres, cobrou  ainda da torcida uma outra postura afirmando de forma demagoga que esta era a torcida que pedia para ele perdão mas que no entanto lhe ofendeu ao vaiar e talvez alguns protestos destes que eu sempre ouvi no futebol. Sr. Aranha, se tivesse tido uma postura nobre desde o início talvez quem sabe nós gremistas, sulriograndenses teríamos contigo uma postura diferente. Mas como tu faz questão de vitimizar-se com o apoio de grande parte da mídia do centro do país, só nos resta vaias e o sentimento de ojeriza e repugnância ao teu gesto!
Vou te dar um exemplo de uma figura que aqui no RS enquanto esteve jogando ganhou uma admiração incrível. Ronaldo Fenômeno. Em pleno Estádio logo após  o  falecimento de um dos travestis envolvidos em um “escândalo”  envolvendo o atleta, a torcida gremista em tom de flauta começou a cantar: “Ronaldo viúvo”. Ao contrário de Aranha, o Fenômeno foi perto da torcida, tão perto que abraçou um membro da torcida tricolor o que gerou aplausos e comoção por parte de todos. Naquele momento, o Ronaldo poderia ter tido uma ceninha que nem a do goleiro do Santos, mas sim preferiu  o bom senso.
Como  disse antes, estive no estádio e sabem o que eu fiz? Escrevi em uma folha os seguintes dizeres: ‘ARANHA, ATOR REVELAÇÃO DO ANO.  A LUTA CONTRA O RACISMO NÃO PRECISA DE TI!” E sabem porque escrevi isso? Porque ao relembrar as grandes vozes do racismo como Mandela e Luther King me veio  a mente que ao contrário de chorarem e se lamentarem eles foram a luta, buscando a conscientização, se  valendo da verdade e lutando contra os ódios. Sr. Aranha , podes me processar por isso que lhe digo, mas eu vou dizer você não está tendo uma postura de Homem, não estás sendo digno de ser comparado a uma criança, você pode e feve protestar contra o racismo, mas de uma outra maneira.  Agindo com a verdade, respeitando-se e quem sabe eu mesmo irei lá para te cumprimentar!
Aos ”defensores” da igualdade racial trajados de “jornalistas” o meu total desagravo, mais uma vez fazem uma discussão superficial e inócua. De vez de usarem os seus espaços para uma discussão reflexiva e séria, promovem e acirram os ânimos. Pensam que mandam no país por estarem no centro Brasil, reivindicam respeito quando se valem de um editorial mal intencionado e medíocre.
Hoje segundo estes “SOMOS TODOS PATRÍCIAS”, quero dizer que entre uma pessoa que errou ao chamar o Aranha de macaco, que teve humildade de pedir perdão, e um “injustiçado” que usa dos microfones para se vitimizar, é obvio que irei apoiar esta moça. No fundo, querem fazer do Grêmio o bode expiatório para que este clube mais que centenário sirva de tapete para imcubr a  podridão do cinismo, da hipocrisia que impera em nossa cultura. Somos todos Patrícia, porque  já não suportamos ceninhas que não contribuem em nada pela igualdade


quarta-feira, 17 de setembro de 2014

17 de setembro de 1971: A morte de Carlos Lamarca

Por: Lucyanne Mano
Jornal do Brasil, Domingo 19 e segunda-feira, 20 de setembro de 1971


O Serviço de Relações Públicas da 6ª. Região Militar, sediado em Salvador, anunciou à imprensa a morte do ex-capitão Carlos Lamarca durante um tiroteio com agentes do CODI, no interior da Bahia, na zona do rio São Francisco. O chefe de Relações Públicas da 6ª RM, major Garcia Neves, relatou os detalhes da Operação – Pajussara, que culminou com a morte de Lamarca e Zequinha – amigo que o acompanhou até os últimos instantes.


Outras efemérides de 17 de setembro



Larmaca foi o último remanescente da trilogia de líderes subversivos brasileiros. Seus antecessores na liderança, Carlos Marighela e Joaquim Camara Ferreira, morreram em 1969 e 1970, respectivamente. O ex-capitão Carlos Lamarca estava condenado a 58 anos de prisão – 24 por furto de armas, 30 por ter seqüestrado uma viatura militar e 4 por atividades diversas da VAR-Palmares.



Lamarca havia ingressado no Partido Comunista Brasileiro em 1964. Em 1968 passa a ser membro VPR (Vanguarda Popular Revolucionária), formada por Carlos Marighela.



Oficial formado na turma de 1960 da Academia Militar das Agulhas Negras, sendo lá que começa a ler o jornal "A Voz Operária", do PCB (o jornal era colocado debaixo dos travesseiros dos cadetes escondido). Começa seu interesse e simpatia com as idéias comunistas. Lamarca foi promovido a capitão em agosto de 1967, considerado um oficial de comportamento discreto que se destacava nos exercícios de tiro ao alvo, sendo hábil no manejo de qualquer tipo de arma. 



Sua presença nos anais da subversão é registrada a partir de 27 de janeiro de 1969, quando o II Exército publicou um edital intimando-o a comparecer ao 4º Regimento de Infantaria. A Polícia do Exército, a Polícia Federal e a Polícia Estadual havia identificado elementos comprometidos com assaltos a bancos, roubos de dinamite e assassinatos. Entre os criminosos capturados, alguns tinham ligações com o capitão Carlos Lamarca. No dia anterior a nota, ele havia fugido da unidade, levando um caminhão carregado de armas e munição. 



Em 1969 Lamarca é nomeado dirigente do VPR. Comprou um sítio no vale do Ribeira, usado para treinar militares para guerrilha até a prisão de Mário Japa, um dos dirigentes do VPR, quando o campo de treinamento é desmobilizado. Para salvá-lo, ssequestraramo cônsul do Japão. O cerco foi aumentando e Lamarca decide, junto com a ALN, ssequestraram o embaixador da Alemanha Ocidental em troca da publicação de um manifesto dos militantes de nome “Ao povo brasileiro”. Artigo publicado no dia 12 de junho. Em dezembro ainda comanda o seqüestro do embaixador suíço no Rio de Janeiro em troca de 70 presos políticos.



O cerco a Lamarca começou em março de 1971, com a prisão de uma subversiva no Rio, que interrogada, revelou a transferência das ações da VPR para o Nordeste e o Estado da Bahia para a sede. Em agosto, as autoridades estouraram um aparelho em Salvador e encontraram a amante de Lamarca, Iara Iavelberg, que suicidou-se com um tiro no coração. 



Lamarca foi perseguido pelos órgãos de segurança por quase três anos. No dia 17 de setembro, Zequinha e Lamarca estava descansando embaixo de uma árvore quando foram cercados por 20 agentes do CODI, na localidade de Pintada, Município de Ipupira. Morreram fuzilados.

Fonte: Blog Hoje na História/CPDOC Jornal do Brasil. Disponível em:  http://jblog.com.br/hojenahistoria.php?itemid=31654

segunda-feira, 8 de setembro de 2014

Leituras do Brasil: Casa Grande e Senzala



A formação da família brasileira, nascida da sociedade patriarcal e escravocrata dos engenhos. O encontro das três raças: o branco, o índio e o negro.

domingo, 7 de setembro de 2014

Reflexões Necessárias sobre o Sete de Setembro

Por Noé Gomes*

Hoje, dia sete de setembro, 192  anos da "in"dependência do Brasil e muitas  coisas que rondam os meus  pensamentos ... Numa data  tão  importante me vem alguns questionamentos a todos nós.  Eis  as perguntas que lanço  para a nossa  reflexão: "Porque  não somos patriotas?" " Somos capazes de amar de fato o nosso país ou  esse  amor é como uma chuva de verão, passa assim que a Seleção Brasileira encerra  sua  participação no Mundial de Futebol?" "Essa data realmente é  importante?"

Todas estas perguntas tem me  perseguido nestes últimos dias e como historiador e professor é impossível viver sem tentar buscar pelo menos uma interpretação que  possa  nos  ajudar  a  entender todas estas coisas. No meu humilde ponto de vista, temos uma nação artificial e que por si só não representa  a maioria de seus "representantes" as diversas regionalizações são mais fortes que uma  imagem que  nos unifica. O Brasil multicolorido que é exaltado por tantos é de fato a prova mais concreta disso que falo.

Você poderia então me questionar  se eu sou contra as regionalizações e obviamente eu  diria que não, pois num país-continente elas  são fenômenos  que  quase  que  impossíveis de não acontecerem. O que constato é que pesa mais os valores da região do que aqueles ligados ao todo. Um exemplo claro disso é fato de terem pessoas aqui  no Rio Grande do Sul saberem a  letra do Hino Rio Rio-grandense e quase desconhecerem a  letra do Hino Nacional Brasileiro.  É claro que  em  todo mundo há as regionalizações e  no Brasil isso não seria diferente mas o fato é que em outras nações há mais amor à pátria do que aqui!  Isso se dá por um  processo de formação educacional-cultural que não privilegia a cultura  brasileira, seus símbolos, sua  história. Vemos um  desprezo  coletivo às  coisas concernentes  ao Brasil por  parte de seu  próprio povo. Ondas de nacionalismo já  ocorreram no Brasil  todas  ligadas a um  contexto político ou esportivo, como ondas elas vão e voltam. Mas nada que realmente seja algo duradouro  e  solidamente consolidado. 

Na  condição de professor, penso honestamente que faltam ser trabalhados  desde o 5º ano conceitos fundamentais para  as  disciplinas  das Ciências Humanas como: Estado,  Governo e Nação.  São noções mínimas que fazem com que  entendamos toda essa coisa que já veio malhada antes de todos nascermos. Para ficar claro precisamos entender que o Estado (com  letra maiúscula representa a nossa estrutura e território), que  governos são provisórios e são os gestores desta  infraestrutura e que  como tal devem  responder  pelos seus atos  e que a Nação não é construído pela Classe Política, mas por todos nós!!! Nação está ligada a  forma como  nos identificamos ao país. Ou seja, usar  símbolos nacionais não é valorar este  ou aquele governo, mas sim  valorarmos a  nossa história, cultura e formação antropológica.

Infelizmente, vemos um afastamento dos valores da pátria, a classe política que tanto tem  desonrado os  nossos  valores virou  simbolo  deste  sentimento anti-patriótico e o mais  grave  ações de governos tem sido encaradas como atos  que legitimam este afastamento do amor ao Brasil.

Falta de fato separar  as coisas e compreende-las. Talvez  a  maior  indepedência  que tivemos foi o povo  nas  ruas  ano passado  protestando,  mostrando o fim da "passividade"  diante  dos  desmandos da  política  no cenário  nacional e local. 

O que me resta dizer é que  falta é  termos mais conhecimentos básicos  de  política,  de cultura  e de  história. Pois somos reféns  ainda deste cenário tão  desalentador mas presente no nosso  cotidiano. Falta também uma  construção  mais educacional nossa sobre as nossas  origens, pois daí  sim é que podemos nos tornar cidadãos brasilireiros.
________________________
*  Professor de História e Historiador

Documentário sobre a Independência



Historiadores revelam em entrevista exclusiva ao Caminhos da Reportagem desta semana que o Grito da Independência teve uma intensa mobilização popular. A prova está em milhares de panfletos descobertos em bibliotecas do Brasil, Portugal e Estados Unidos.

Os professores José Murilo de Carvalho, Lúcia Bastos e Marcello Basile passaram 15 anos em busca dos chamados manuscritos de circunstância. Escritos por quem dominava o português da época - jornalistas, militares, padres - a maioria não revelava a autoria. Impressos em gráficas ou escritos à mão, os panfletos eram colados nos postes, boticas, barbearias, e lidos em voz alta para quem acompanhava as questões políticas do Império: D.Pedro fica ou volta para Portugal? O Brasil separa-se de Portugal?

Ao chamar os monarquistas de "corcundas", os autores provocavam reações que iam da fúria ao riso. Logo chegavam as réplicas e tréplicas que transformavam os panfletos numa espécie de rede social do Império. Da mira destes folhetos ninguém escapava. Muito menos a elite.

Fonte: TV Brasil

quarta-feira, 3 de setembro de 2014

Documentário O Livro Perdido de Nostradamus



Esse documentário elaborado pelo History Channel traz revelações surpreendentes sobre as previsões de Nostradamus e o futuro da humanidade.

terça-feira, 2 de setembro de 2014

segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Revolta dos Alfaiates (Conjuração Baiana)


Se a Inconfidência Mineira destaca-se pelo pioneirismo - o primeiro movimento republicano em nossa história -, a Conjuração Baiana apresenta o componente popular, que irá direcioná-la de forma mais ampla e radical: a abolição da escravidão. Ela foi o movimento de independência mais radical do Brasil Colonia, mas nem por isso tem o merecido destaque em nossa historiografia.

Produção TV Brasil