Por Noé Gomes
Já estou cansado de ouvir as
mesmas repercussões sobre o episódio envolvendo o goleiro Aranha do Santos
Futebol Clube. O lastimável fato tem tido ao meu ver uma repercussão exacerbada
e muito maldosa.
Como historiador tenho a nítida
noção de que não somos por natureza neutros, mesmo a imppelarensa que sempre
tenta induzir que é neutra ou imparcial. Todo discurso por si só, tem uma
visão, interesses, afinal de contas os discursos são defesas e como tal são
válidos como forma de argumentação. O que eu não aceito e não vou me calar é o
fato da hipervalorização do episódio e de um goleiro mediano tecnicamente que
busca a qualquer custo se mostrar na mídia.
A luta contra o racismo,
homofobia, machismo e tantos atos contra a integridade física e psíquica do
cidadão é algo que deve estar na pauta sempre. Mas há uma luta que deve ser
iniciada por nós, que nos consideramos cidadãos de bem: a luta contra à
hipocrisia. Sentei-me na parte sul do estádio e posso afirmar que não vi
ninguém chama-lo de macaco ou outras ofensas. Sim houveram muitas vaias.
Realmente a cada toque do goleiro santista o estádio que diga-se de passagem
não estava cheio, se ouvia uma estridente vaia comparada as sofridas pelo
ex-jogador do Grêmio Ronaldo Assis (Ronaldinho Gaúcho) e seu irmão quando jogou
em um amistoso da despedida do ex-goleiro Danrlei. Mas em nenhuma situação eu
vi ambos fazerem um papel tão ridículo e patético como o Sr. Aranha.
O que ele queria que todos aplaudissem? Ninguém vaiou ele por
estar ao lado do ato, mas sim por perceber que o arqueiro do Santos não passa
de um oportunista que lastimavelmente se aproveita deste fato para adiquirir
seus 15 minutos de fama. Este cidadão tem ao meu ver sido o símbolo da
hipocrisia e da pior espécie. Explico-me: a moça que já foi julgada e
sentenciada pela sociedade pediu perdão! O que ele fez? Disse que não queria
encontra-la. Se diz um homem cristão, mas não tem a capacidade de ter gestos
nobres, cobrou ainda da torcida uma
outra postura afirmando de forma demagoga que esta era a torcida que pedia para
ele perdão mas que no entanto lhe ofendeu ao vaiar e talvez alguns protestos
destes que eu sempre ouvi no futebol. Sr. Aranha, se tivesse tido uma postura nobre
desde o início talvez quem sabe nós gremistas, sulriograndenses teríamos
contigo uma postura diferente. Mas como tu faz questão de vitimizar-se com o
apoio de grande parte da mídia do centro do país, só nos resta vaias e o
sentimento de ojeriza e repugnância ao teu gesto!
Vou te dar um exemplo de uma
figura que aqui no RS enquanto esteve jogando ganhou uma admiração incrível.
Ronaldo Fenômeno. Em pleno Estádio logo após o
falecimento de um dos travestis envolvidos em um “escândalo” envolvendo o atleta, a torcida gremista em
tom de flauta começou a cantar: “Ronaldo viúvo”. Ao contrário de Aranha, o
Fenômeno foi perto da torcida, tão perto que abraçou um membro da torcida
tricolor o que gerou aplausos e comoção por parte de todos. Naquele momento, o
Ronaldo poderia ter tido uma ceninha que nem a do goleiro do Santos, mas sim preferiu
o bom senso.
Como disse antes, estive no estádio e sabem o que
eu fiz? Escrevi em uma folha os seguintes dizeres: ‘ARANHA, ATOR REVELAÇÃO DO
ANO. A LUTA CONTRA O RACISMO NÃO PRECISA
DE TI!” E sabem porque escrevi isso? Porque ao relembrar as grandes vozes do
racismo como Mandela e Luther King me veio
a mente que ao contrário de chorarem e se lamentarem eles foram a luta,
buscando a conscientização, se valendo
da verdade e lutando contra os ódios. Sr. Aranha , podes me processar por isso
que lhe digo, mas eu vou dizer você não está tendo uma postura de Homem, não
estás sendo digno de ser comparado a uma criança, você pode e feve protestar
contra o racismo, mas de uma outra maneira.
Agindo com a verdade, respeitando-se e quem sabe eu mesmo irei lá para
te cumprimentar!
Aos ”defensores” da igualdade
racial trajados de “jornalistas” o meu total desagravo, mais uma vez fazem uma
discussão superficial e inócua. De vez de usarem os seus espaços para uma
discussão reflexiva e séria, promovem e acirram os ânimos. Pensam que mandam no
país por estarem no centro Brasil, reivindicam respeito quando se valem de um
editorial mal intencionado e medíocre.
Hoje segundo estes “SOMOS TODOS
PATRÍCIAS”, quero dizer que entre uma pessoa que errou ao chamar o Aranha de
macaco, que teve humildade de pedir perdão, e um “injustiçado” que usa dos
microfones para se vitimizar, é obvio que irei apoiar esta moça. No fundo,
querem fazer do Grêmio o bode expiatório para que este clube mais que
centenário sirva de tapete para imcubr a
podridão do cinismo, da hipocrisia que impera em nossa cultura. Somos todos
Patrícia, porque já não suportamos
ceninhas que não contribuem em nada pela igualdade
Nenhum comentário:
Postar um comentário