Hoje é o Dia Mundial da Alimentação, um data que me remete a uma série de reflexões. Estamos num país cujo slogan oficial do Governo Federal é "País Rico é País Sem Pobreza". Tudo muito bonito! Mas nesta ocasião, na condição de historiador, sinto-me obrigado a desafar.
Quando erronaemante as pessoas leigas associam o historiador como um sujeito que não pensa no presente e que está preso ao passado, contrapondo esta visão que é fruto do desconhecimento do ofício do historiador, é que digo caros litores deste blog que me veio a mente aquela música do Chico Buarque e MPB4 "Roda Viva". Vivemos uma grande roda viva! Se nos tempos da Revolução Francesa o pão, ou sua ausência, foi o estopim da eclosão deste fato que transformou a História Política e Social do Mundo, ainda vemos neste mundo "pós-moderno" a alimentação sendo um privilégio e não um direito! Triste constatação! Passam-se os tempos, mudam-se as classes sociais, e não se altera o quadro da predominância do fútil sobre o essencial.
Os descamisados apontados pelo ex-presidente Collor estão aí. Hoje pela manhã ao ouvir algumas notícias, que é um costume meu de todos os dias, escutei o repórter dizendo "Hospital de Clínicas de Porto Alegre", ao coletar o depoimento de uma senhora que estava com a sua irmã com câncer e que o ambiente hospitalar era tão precário que até mesmo a higiene fazia falta naquele espaço é que percebi que vivemos uma época em que os direitos humanos essenciais estão pagando mensalões, salários altissímos de políticos.
O grande caos no Brasil se dá pela falta do essencial, enquanto se discute a Copa do Mundo, ao lado vemos uma educação, saúde, transporte, entre tantos direitos do cidadão sendo desrespeitados todos os dias! Até quando? Será uma utopia sonharmos com um Dia da Alimentação, onde as pessoas estejam saciadas não só com o pão francês, mas com dignidade integral do ser humano.
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