terça-feira, 18 de junho de 2013

Hoje na História: 1900 - Morre o escritor português Eça de Queirós

Morre em 16 de agosto de 1900, em Neuilly, perto de Paris, Eça de Queirós, um dos mais importantes escritores portugueses. Autor, entre outros romances de reconhecida importância, de Os Maias e O Crime do Padre Amaro, considerado o melhor romance realista português do século XIX. 



Fonte: Wikicommons 
José Maria Eça de Queirós nasceu na Póvoa do Varzim em 25 de novembro de 1845. Curiosamente - e escandalosamente para aquela época - foi registrado como filho de José Maria d`Almeida de Teixeira de Queirós e de mãe ilegítima. Seu nascimento foi fruto de uma relação ilegítima entre Carolina Augusta Pereira de Eça e do então delegado da comarca Teixeira de Queirós. Carolina fugiu de casa para que seu filho nascesse afastado do escândalo da ilegitimidade. 

O pequeno foi levado para casa da madrinha, em Vila do Conde, onde permaneceu até os quatro anos. Em 1849, os pais do escritor legitimaram a sua situação, contraindo matrimônio. Eça foi então levado para casa dos avós paternos, em Aveiro, onde permaneceu até os dez anos. Só então se juntou aos seus pais no Porto, onde fez os estudos secundários. 


Em 1861, matriculou-se na Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra. Aqui, juntou-se ao famoso grupo acadêmico da Escola de Coimbra que, em 1865, se insurgiu contra o grupo de escritores de Lisboa, a apelidada Escola do Elogio Mútuo. A revolta dos estudantes de Coimbra é considerada como a semente do realismo em Portugal. Ela foi encabeçada por Antero de Quental e Teófilo Braga contra António Feliciano de Castilho na chamada Questão Coimbrã. 

Eça terminou o curso em 1866 e fixou-se em Lisboa, exercendo simultaneamente Advocacia e Jornalismo. Dirigiu o Distrito de Évora e participou na Gazeta de Portugal com folhetins dominicais, que seriam, mais tarde, editados em volumes com o título Prosas Bárbaras. Em 1869 decidiu assistir à inauguração do Canal do Suez. Viajou pela Palestina e daí recolheu variada informação que usou na sua criação literária, nomeadamente nas obras O Egipto e A Relíquia. 

Capa da primeira edição do volume I, em 1888 

Por influência do amigo Antero de Quental, entregou-se ao estudo de Proudhon e aderiu ao grupo do Cenáculo. Em 1870, tomou parte ativa nas Conferências do Casino, marca definitiva do início do período realista em Portugal, iniciando, juntamente com Ramalho Ortigão, a publicação dos folhetins As Farpas. 

Decidiu entrar para o serviço diplomático e foi Administrador do Concelho em Leiria. Foi na cidade de Lis que escreveu O Crime do Padre Amaro. Em 1873 é nomeado cônsul em Havana. Dois anos mais tarde, foi transferido para a Inglaterra, onde residiu até 1878. Foi em terras britânicas que começou a escrever O Primo Basílio e idealizou Os Maias, O Mandarim e A Relíquia. De Bristol e Newcastle, onde residia, enviava com frequência correspondência para jornais portugueses e brasileiros. No entanto, sua longa estadia na Inglaterra o encheu de melancolia. 

Em 1886, casou-se com Maria Emília de Castro, uma fidalga, irmã do Conde de Resende. Em 1888 recebe com alegria sua transferência para a embaixada de Paris. Lança Os Maias e chega a publicar na imprensa Correspondência de Fradique Mendes e A Ilustre Casa de Ramires. 

Nos últimos anos, escreveu para a imprensa periódica, fundando e dirigindo a Revista de Portugal. Sempre que ia a Portugal, reunia-se em jantares com o grupo dos Vencidos da Vida, acérrimos defensores do Realismo na literatura e que viram falhar todos os seus propósitos. 

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Outros fatos marcantes da data: 
16/08/1955 - Paul Robeson perde apelação para obter passaporte 
16/08/1977 - Morre o 'Rei do Rock and Roll', Elvis Presley, aos 42 anos 
16/08/1570 - É estabelecida a Inquisição nas colônias espanholas da América 

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