Após meses de negociações, chegou ao fim o maior conflito sul-americano do século XX, a Guerra do Chaco (1932-1935). Travada entre o Paraguai e a Bolívia pela disputa do território do Chaco Boreal, a guerra terminou com saldo de 55 mil pessoas mortas, do lado derrotado boliviano, e 40 mil mortos do lado vencedor.
“Estão, finalmente, suspensas as hostilidades! De acordo com a cláusula final do Pacto da Paz, assinado em Buenos Aires, os exércitos paraguaio e boliviano, que já haviam estabelecido uma trégua preliminar de confraternização, a partir de hoje estarão irmanados sob o pálio da concórdia” (JB, 14/06/1935).
A soberania sobre o Chaco Boreal, antes do fim da guerra, era confusa. Situado na bacia do Rio da Prata, e banhado pelo Rio Paraguai – único acesso destes dois países interioranos ao Oceano Atlântico -, o território tinha pontos de exploração e dominação paraguaia, iniciada na década de 20, como vias de escoamento de mercadorias até o Rio Paraguai, e áreas de domínio da Bolívia, que reclamava a posse da região desde o final do século XIX.
Mapa da região do Chaco Boreal |
O estopim para o conflito armado foi a descoberta de petróleo na zona ocidental do Chaco. A companhia norte-americana Standard Oil, que explorava petróleo na região, levantou a possibilidade de existência de uma grande reserva do combustível fóssil ao leste, sob o solo plano e úmido de domínio paraguaio. O governo boliviano, assim, reclamou a posse total do território, incluindo o domínio exclusivo sobre o Rio Paraguai, levantando reivindicações antigas, ainda do tempo da dominação espanhola na região, quando o Chaco fazia parte do então futuro país.
Em julho de 1932, o Exército boliviano, que se preparava para a guerra desde 1930, ocupou um forte paraguaio, dando início ao conflito. Após três anos de derramamento de sangue, Bolívia e Paraguai assinaram um acordo em Buenos Aires, que teve importante mediação do Brasil, Argentina, Chile e Estados Unidos. Com a assinatura do documento, o Paraguai passava a ter soberania total sobre o Chaco Boreal, apesar de dividir o acesso ao rio homônimo com a Bolívia.
Fonte: Blog Hoje na História CPDOC/Jornal do Brasil. Disponível em: http://www.jblog.com.br/hojenahistoria.php?itemid=21821
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